Há poucos momentos tão agradáveis na vida como aqueles em que se perde o controlo com uma 'bela' gargalhada. Muitas vezes, pode até nem ser na hora mais apropriada, mas um ataque de riso melhora sempre o dia de qualquer pessoa, deixando para trás uma sensação de felicidade e alívio.
Mas e se o ataque de riso for mesmo um ataque? É possível morrer a rir? "De uma forma geral, a resposta é não", indicou Jorge Antonio Gutierrez, professor-assistente de cardiologia na Faculdade de Medicina da Universidade de Duke, nos Estados Unidos.
"Alguém pode ter um ataque cardíaco enquanto ri, mas iria ter um ataque cardíaco de qualquer forma", esclarece, citado pelo Gizmodo.
O docente admite, porém, outras "associações". "Uma investigação recente publicada no Journal of Epidemiology, sobre quantas vezes as pessoas riam, revelou que as que o faziam menos vezes tinham mais probabilidade de morrer e maior risco de problemas cardiovasculares", acrescentou.
Jorge Antonio Gutierrez citou um único caso, de que tem conhecimento, de uma mulher que morreu a rir, mas cuja "natureza era um problema cardiovascular". Trata-se de uma mulher de 50 anos de idade, que tomava medicação para esquizofrenia, que "às vezes provoca batimento cardíaco irregular".
A mulher tinha indicações de que deveria parar a medicação devido ao risco cardíaco associado, mas não seguiu o conselho. "Estava em casa e alguém contou uma piada. Ela riu-se durante dois ou três minutos, desmaiou e morreu. O riso causou uma arritmia: ela realmente morreu de rir", indicou o médico.
Outros médicos, como Dana Abendschein, da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, parecem concordar com Jorge Antonio Gutierrez, no sentido em que o riso dificilmente seria a principal causa de morte, mas poderá ajudar. "Se uma pessoa estiver a rir enquanto estiver a comer e aspirar comida para a traqueia, bloqueando as vias respiratórias", pode morrer a rir, mas por causa da comida, que a sufocará.
Assim como a questão acidental da comida, existem condições de saúde que podem ser prejudiciais num episódio de riso, mas nunca será o riso a causa principal, remetendo sempre para um problema de saúde já existente.
