A reposição hormonal é apontada como um possível tratamento para doentes que sofrem de cancro da mama, mas afinal e de acordo com um estudo publicado esta quinta-feira no periódico científico The Lancet a terapêutica é, na verdade, uma causa direta desse tumor.
Estima-se que só na Europa, cerca de seis milhões de mulheres recorrem a tratamento de reposição hormonal.
A mesma pesquisa alerta que uma em cada 50 mulheres, de peso saudável, que recorre decorre diariamente à forma mais comum desta terapia - estrogénio e progestogénio combinados – durante pelo menos cinco anos – tem uma grande probabilidade de vir a padecer de cancro da mama. Sendo que para este grupo, o risco corresponde a 8,3%.
Já para as mulheres que tomam somente progestogénio o perigo decresce para 7,7%. Ainda menos para as que recorrem unicamente ao estrogénio, com um risco associado de 6,8%.
Ainda segundo aquela investigação, estima-se que 6,3% das mulheres com peso saudável, nos países ocidentais, irão desenvolver cancro da mama ao longo dos 20 anos seguintes à meta dos seus 50 anos, mesmo sem qualquer terapia hormonal.
Adicionalmente, as mulheres obesas apresentam uma maior propensão a sofrerem de cancro, por que o excesso de gordura produz estrogénio extra após a menopausa.