Os especialistas avisam que alguns dos novos tratamentos utilizados para tratar a diabetes podem ter um efeito secundário extremamente perigoso e danoso.
Uma nova pesquisa britânica apurou que existe uma ligação direta entre a toma de inibidores SGLT2 e o desenvolvimento de gangrena de Fournier – uma bactéria que devora a carne humana e que afeta os tecidos nos genitais masculinos.
A condição que pode colocar a vida em risco é mais comum nos homens por afetar sobretudo o escroto e o pénis, onde estão localizadas inúmeras reentrâncias nas quais a bactéria se pode instalar e proliferar.
Tende também a desenvolver-se no períneo – a área entre o ânus e a vulva ou o escroto – o que significa que as mulheres também podem ser afetadas pela condição, ainda que a probabilidade seja significativamente menor.
Infeção ‘devoradora’ de carne humana
Investigadores da Agência de Alimentos e Medicamentos norte-americana (FDA) reviram casos reportados da infeção em pacientes que estavam a tomar inibidores SGLT2, comparativamente a doentes que usavam agentes antiglicémicos.
E concluíram que desde que a droga foi aprovada em 2013, que o aparecimento de gangrena se havia manifestados em mais de 55 pacientes diabéticos.
Em contrapartida, a equipa detetou somente 19 casos de gangrena em pacientes que tomavam agentes antiglicémicos ao longo dos últimos 35 anos.
Num comunicado acerca dos novos dados, que foram publicados no periódico científico Annals of Internal Medicine, os investigadores afirmaram: "É necessário que os médicos tenham consciência da associação entre a gangrena de Fournier e o uso de inibidores SGLT2, de modo a discutirem os possíveis efeitos secundários com os pacientes”.