Os pacientes que participaram no estudo foram divididos em dois grupos: um recebeu efetivamente a droga e outro, um tratamento simulado, ou placebo, como reporta a BBC News.
No final da experiência, ambos os grupos apresentaram uma melhoria dos sintomas. Como tal, não ficou devidamente claro claro se o medicamento foi responsável pelos benefícios.
Todavia, exames de imagens detetaram evidências de melhorias nas áreas do cérebro afetadas entre aqueles que receberam a droga.
Os autores do estudo, divulgado nos periódicos científicos Brain e Journal of Parkinson's Disease, dizem que tal é indicador da possibilidade de que células do cérebro danificadas pela doença podem ser "reativadas".
Outros especialistas, no entanto, dizem que é cedo demais para saber se essa descoberta pode efetivamente resultar em melhorias nos sintomas de Parkinson.
Mas os autores do estudo acreditam que o implante também pode ser eventualmente usado em quimioterapia para tumores cerebrais ou em testes de novos medicamentos para Alzheimer e AVC.
O Parkinson danifica progressivamente o cérebro, resultando numa série de sintomas, como tremores involuntários e endurecimento dos músculos.
Estima-se que cerca de 20 mil portugueses sofram da doença de Parkinson. Os hospitais centrais registam por ano mais de 1800 novos casos e prevê-se que, com o aumento da longevidade da população, esta doença aumente nos próximos vinte anos, afectando cerca de 30 mil portugueses.
Cirurgias assistidas por robôs
No estudo em questão, cientistas deram aos pacientes um tratamento experimental chamado fator neurotrófico (GDNF). O efeito esperado era a regeneração de células cerebrais danificadas e até a reversão da condição.
Os participantes passaram por cirurgias assistidas por um robô para colocar quatro tubos nos seus cérebros, o que permitiu que a droga fosse injetada com precisão extrema diretamente nas áreas afetadas.
Após uma experimentação inicial, com seis pessoas, 35 pacientes participaram numa fase de testes ‘cegos’ por nove meses. Nesta etapa, metade do grupo recebeu injeções de GDNF e a outra metade, placebo.
Alan Whone, líder do estudo, disse que os participantes tinham sido diagnosticados com Parkinson, em média, oito anos antes. No entanto, aqueles que receberam a droga apresentaram imagens esperadas para alguém com apenas dois anos de diagnóstico.
"Mostramos com a tomografia por emissão de pósitrons (PET) que, ao adentrar (o cérebro), a droga encaixa-se no alvo - as terminações nervosas da dopamina - e parece ajudar as células danificadas a regenerarem-se ou a terem uma resposta biológica”.