André Fernandes fala com entusiasmo da pressão, da falta de sono e da hierarquia das cozinhas dos chefs premiados porque, apesar da exigência, da autoridade e do desconforto com o ambiente de trabalho, sentia-se envolvido no processo de elaboração daqueles pratos tão sofisticados que seguiam para a mesa do cliente. Se André Fernandes é chef, deve-se a estes e a outros mestres com quem trabalhou desde os seus 17 anos. E se explica a alta cozinha de forma descontraída, é porque já passou por cozinhas em Paris, Barcelona, Zurique, Bora Bora, Rio de Janeiro e Krabi, na Tailândia.
Depois de uma temporada na Costa Rica, onde era private chef, André Fernandes regressa a Portugal com Rita Chantre, fotógrafa e companheira que o desafiou a abrir o Attla. Ela ocupa-se da gestão e imagem do restaurante libertando-o para o que realmente um chef deve fazer: cozinhar. Inaugurado a 15 de dezembro, o Attla é um restaurante, literalmente, sem fronteiras. A cozinha abre para a sala, sem separações, e o trabalho do Chef André Fernandes e do sub Chef João Almeida reflectem as várias culturas dos países por onde a equipa trabalhou ou viajou, numa alegoria de sabores e técnicas de várias partes do mundo.
Num ambiente informal, mas sem panelas a voar ou gritos autoritários, os pratos são sofisticados nesta cozinha de autor. Destacam-se os ingredientes biológicos e provenientes de pequenos agricultores da zona da grande Lisboa, e o menu é definido consoante os produtos disponíveis, num respeito profundo pelo que a natureza dá.
Aberto de quarta a domingo para jantares, o restaurante Attla terá um menu de degustação na noite de 31 de Dezembro e estará aberto para brunch no dia 1 de Janeiro. As portas estão abertas na Rua Gilberto Rola 65, 1350-111 Lisboa.