Harding explicou em declarações à revista norte-americana TIME, que o desespero o levou a optar, em março do ano passado, por aquilo que lhe parecia à partida uma terapia totalmente bizarra. O ex-soldado, descreveu como adormeceu na banheira e como quando acordou, uma hora depois, surpreendentemente se sentia menos ansioso e o estado de hiper vigilância em que se encontrava tinha atenuado. Após três meses a flutuar, os suores noturnos e tremores tinham cessado de todo. “Não entendo completamente o que o tratamento fez ao meu corpo, mas sinto-me mais confiante e confortável a nível mental”, referiu.
A verdade é que a ‘arte’ de flutuar tem cada vez mais fãs em todo o mundo. Já em 2011, existiam 85 centros para esse efeito, apenas nos Estados Unidos, e agora mais de 250.
Boiar tem atraído a atenção de inúmeros cientistas que estão a tentar entender os seus efeitos na mente humana e a sua validade no tratamento de casos de stress grave, e inclusive de stress pós traumático.
O neurocientisra Justin Feinstein, acredita de tal forma no potencial daquela terapia que lhe dedica inteiramente a sua carreira. Este ano abriu o único laboratório dedicado a flutuar nos Estados Unidos: a Float Clinic e Centro de Pesquisa no Laureate Institute, em Tulsa, Oklahoma.
As banheiras presentes no laboratório são circulares, aquecidas à temperatura da pele e contém 900 quilogramas de sal de Epsom.
Para efeitos daquela pesquisa, são colocados pequenos sensores e eletroencefalogramas à prova de água na testa dos indivíduos, de modo a medir as ondas cerebrais. Feinstein e uma equipa de investigadores estão a examinar igualmente os cérebros de voluntários saudáveis de forma a entender como flutuar altera e ativa diferentes partes da mente humana.
O neurocientista acredita que flutuar pode ajudar a alcançar mais facilmente um estado meditativo profundo e as benesses desta atividade para a saúde psicológica.
A pesquisa inédita encontra-se ainda num estado inicial, mas Feinstein e a sua equipa concordam que boiar em água salgada reduz de tal forma a ansiedade no cérebro, que o método já rivaliza com os efeitos de alguns fármacos no mercado e até da prática de meditação em si.