Que qualquer bebida alcoólica deve ser de consumo moderado, todos sabemos, mas se muitos são os que apontam as vantagens do vinho – principalmente as do tinto – é a cerveja a protagonista do dia.
Com data própria, celebrada internacionalmente na primeira sexta-feira de agosto, “a cerveja não prejudica de forma alguma o equilíbrio alimentar”, “desde que o consumo seja moderado, com uma imperial ou fino por dia para as mulheres, e duas para os homens”. Quem o diz é Natália Cavaleiro Costa, Nutricionista e Consultora para o eixo Saúde & Nutrição dos Cervejeiros de Portugal.
Ao Notícias ao Minuto, esclarece que a cerveja é uma bebida de produção natural, que não conta com compostos químicos, conservantes ou perseverantes artificiais, o que resulta numa bebida “com alto teor de água, vitaminas, sais minerais, aminoácidos e antioxidantes.”
É graças ao lúpulo que se aponta à cerveja vantagens como prevenção de doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes entre outras. Além disso, acrescenta a especialista “o consumo destes antioxidantes tem uma ação protetora para o nosso organismo, prevenindo diferentes processos inflamatórios a que estamos sujeitos diariamente tais como a má alimentação, o tabaco, o sedentarismo ou mesmo o já tão habitual stress - um factor difícil de controlar”.
Apesar de tais vantagens, vários mitos foram sendo apontados à cerveja ao longo do tempo, algo que está a mudar. Em Portugal tem-se vindo, inclusive, a explorar as vantagens do seu consumo.
A bebida preferida dos portugueses
É esta nova visão que faz desta a bebida alcoólica a preferida pelos portugueses. Natália Cavaleiro Costa lembra que “em 2017 o consumo per capita foi de 51 litros”, valor superior ao do vinho.
E ainda bem já que, “comparativamente com outras bebidas alcoólicas, a cerveja é uma bebida com menor teor de álcool e com mais quantidade de água (entre 90 a 95%).
Quanto ao nível alcoólico de cada cerveja, pode ser variável, desde as sem álcool às de teor alcoólico bastante considerável. No caso português, “as cervejas consumidas mais frequentemente terão cerca de 5% de álcool”, um valor que a nutricionista Natália Costa compara ao vinho, cujo teor de álcool pode chegar aos 16%.
Quando questionada sobre a ‘melhor’ cerveja, a especialista refere que este é um ponto subjetivo que depende apenas do gosto de cada um, que pode ir das mais claras, às ruivas, ou a “um sabor mais perto do café ou chocolate”. “O que difere nas cervejas é o tipo de cereal usado, o lúpulo ou mesmo o nível de torrefação do malte que confere o tom mais ou menos escuro da cerveja”, esclarece.
Aconselha-se a uma alimentação saudável
Vários são os fatores quem ligam a cerveja a um estilo de vida saudável. “Caloricamente, a cerveja possui cerca de 82 calorias por cada copo de 200ml e é fonte de vitaminas do complexo B, potássio, magnésio e silício. Logo, pode ser associada a uma bebida relacionada com vitalidade: pelas vitaminas do complexo B, vitaminas por excelência na contracção muscular; o sódio e o magnésio como electrólitos - sais minerais- importantes para a manutenção do normal funcionamento das células, nervos e músculos; e o silício importante para a densidade normal óssea”, enumera Natália Costa.
Por isso, “a par de uma alimentação que tem como base a dieta mediterrânica (maior consumo de frutas, legumes, peixe e azeite em detrimento de carnes, cereais refinados e alimentos processados) e da prática de exercício físico, a cerveja pode ser associada a um estilo de vida saudável”.
E para que não se abuse do álcool, a nutricionista aconselha a que, nos momentos de celebração entre amigos, onde o fino [ou imperial] e tremoços são ‘obrigatórios’, se substitua alguns copos pela versão sem álcool. “Em Portugal ainda estamos a descobrir esta cerveja, mas lá fora constitui uma grande fatia de mercado da indústria cervejeira. Temos o melhor aqui nesta cerveja: podemos manter o prazer de saborear uma cerveja num final de dia sem termos que nos preocupar com o seu aporte alcoólico”, conclui.