Ninguém é totalmente heterossexual, diz novo estudo
Orientações sexuais rígidas definiram as preferências de homens e mulheres durante décadas; contudo, um novo estudo está a por em causa essa perceção restritiva sobre a sexualidade.
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Lifestyle Sexualidade
O estudo publicado no periódico Personality and Social Psychology, defende que não existe tal coisa como uma mulher ou homem ‘hetero’, e que os indivíduos operam num espetro.
Para efeitos daquela pesquisa, os investigadores mostraram a um grupo de voluntários masculinos e femininos diferentes tipos de material pornográfico e de seguida observaram as suas respostas fisiológicas a esse material. Nomeadamente, a dilatação das pupilas, que é um sinal de excitação sexual.
O estudo apurou que os olhos das mulheres dilatavam quando visualizavam um homem e uma mulher em atos sexualmente íntimos, e também quando duas mulheres partilhavam um momento íntimo.
Detetou-se ainda que as mulheres lésbicas sentem uma maior excitação pelo género preferido comparativamente ao outro sexo, registando-se um padrão semelhante entre os homens.
O mesmo fenómeno também foi detetado nos homens. Em declarações à publicação Broadly, o autor do estudo, Ritch C Savin-Williams, diretor do Departamento de Psicologia Evolutiva, na Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, disse:“Mostrámos a homens heterossexuais a imagem de uma mulher a masturbar-se e responderam da forma que se esperava, porém quando lhes mostrámos um homem a masturbar-se registámos uma igual dilatação das pupilas. Como tal, conseguimos demonstrar que fisiologicamente não existem homens apenas heterossexuais ou homossexuais" .
Savin-Williams defende ainda que a ideia de bissexualidade como norma está a tornar-se cada vez mais aceite relativamente às mulheres, mas que os homens ainda lutam com o chamado estigma patriarcal.
E tudo indica que o investigador tenha razão. Foram anteriormente conduzidos múltiplos estudos que concluíram que as mulheres são naturalmente bissexuais, tais como a pesquisa realizada por Gerulf Rieger, docente doutorado na Universidade de Essex, no Reino Unido. Rieger realizou um estudo semelhante ao de Savin-Williams, durante o qual observou a dilatação das pupilas de mulheres expostas a vídeos que mostravam homens e mulheres sexualmente atraentes.
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