'Ilha das Cobras': Conheça este local digno de pesadelo

Quando pensa em passar férias no Brasil, por acaso imagina um local com centenas de cobras a espreitarem todos os seus movimentos?

Na 'Ilha das Cobras', oficialmente conhecida como Ilha da Queimada Grande, nunca conseguirá estar a mais de um metro de distância de perigosas e mortais cobras.Clique e fique a conhecer melhor este local, que merece pelo menos uma visita à distância...

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'Ilha das Cobras'

Ilha da Queimada Grande é o nome oficial deste local, que está localizado a aproximadamente 35 quilómetros da costa de São Paulo. É habitado somente por cobras, nomeadamente da espécie jararaca-ilhoa.

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Jararaca-ilhoa

Esta serpente só pode ser encontrada nesta ilha. Tem este nome devido à cor clara e amarela da sua pele, assim como ao formato da cabeça. 

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Quem manda na ilha?

A ilha tem entre dois mil a quatro mil serpentes desta espécie. 

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Número de serpentes

Isto significa que existem aproximadamente 45 serpentes por hectare, refere a BBC Brasil, medida que corresponde ao tamanho de um campo de futebol. Isso equivale entre uma a cinco cobras por metro quadrado.

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Perigo

A espécie 'prima' da jararaca-ilhoa é responsável por 90% das mortes devido a mordidas de cobras, que ocorrem no Brasil. Felizmente, é fácil evitar o encontro com a jaraca-ilhoa. 

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Jararaca-ilhoa

De acordo com a Smithsonian, esta cobra é uma das mais perigosas do mundo. O seu veneno é entre três a cinco vezes mais forte do que o de qualquer outra cobra situada no continente, refere ainda a publicação.

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Habitantes da ilha

O veneno desta cobra de meio metro é extremamente poderoso. De acordo com o Atlas Obscura, este tem a capacidade de derreter a carne que fica à volta da zona onde foi dada a dentada, causando a morte da vítima em menos de uma hora.

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Como se tornaram tão venenosas?

Há aproximadamente 11 mil anos, perto do fim do último período glacial, a subida do nível dos mares levou a que ilha se isolasse do continente, separando assim estas cobras das outras espécies.

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Evolução

Com o passar dos anos, estas cobras adaptaram-se ao meio que as envolvia e desenvolveram as características que têm na atualidade.

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Controlo

Uma vez que não existiam predadores terrestres na ilha, estas cobras puderam reproduzir-se rapidamente.

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Sem predadores também não há presas

A falta de diversidade na ilha também significava que não existiam presas a nível terrestre. O que terão então feito estas cobras?

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Os pássaros foram a resposta

As serpentes começaram então a alimentar-se de aves migratórias que paravam na ilha durante as suas rotas. Isto fez com que as serpentes dotadas com um veneno mais poderoso e tóxico tivessem um maior sucesso em matar os pássaros de forma rápida. 

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Resultado: um veneno ainda mais forte

O veneno de uma cobra pode demorar horas ou até dias a fazer efeito. Isto era um problema, uma vez que os pássaros podiam voar ainda antes de morrerem. Desta forma, as serpentes com o veneno mais poderoso tinham uma maior possibilidade de sobreviver e reproduzir, passando assim os 'genes mortais'.

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Foras dos limites

Sem surpresas, a ilha encontra-se desabitada e o acesso à mesma é proibido. As únicas exceções são abertas a analistas e investigadores ambientais, que precisam de autorização do governo federal, refere a BBC Brasil.

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Turismo

Visitar a ilha é estritamente proibido. A única forma de visitá-la é ao tentar convencer um pescador de Peruíbe ou de Itanhaém a levá-lo lá. No entanto, isso é ilegal e extremamente perigoso.

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Controlo

O único vestígio de que humanos tenham passado pela ilha é um farol existente na mesma, construído no século XIX pela marinha brasileira, que é responsável pelo funcionamento do mesmo na atualidade.

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Lendas

Segundo a BBC Brasil, uma lenda local refere que piratas colocaram as serpentes na ilha, para que estas protegessem os seus tesouros.

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Lendas

Outra história assustadora refere-se ao farol e à família do faroleiro. De acordo com o HuffPost, o faroleiro, a esposa e os três filhos do casal foram atacados pelas serpentes da ilha. Quando tentavam fugir para o barco, acabaram por morrer e os seus cadáveres ficaram na ilha.

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O faroleiro e a família

No início do século XX trabalhavam funcionários no farol. No entanto, em 1925 a marinha brasileira automatizou o farol. Segundo a BBC Brasil, não existem relatos de que algum funcionário que trabalhava no farol tenha morrido.

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Outra lenda

Outra história refere que um pescador foi parar à ilha, à procura de bananas. Este foi encontrado morto, alguns dias depois, sobre uma poça de sangue, refere o HuffPost.

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Mortes conhecidas

Apesar das várias histórias existentes, não são conhecidos casos de mortes na ilha, refere a BBC Brasil. Na verdade, as primeiras amostras de serpentes da espécie jararaca-ilhoa foram coletadas por faroleiros, e é graças a estes que os investigadores puderam estudar esta espécie, no início do século XX.

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Potencial médico

O Instituto Butantan, em São Paulo, estuda os venenos de determinados répteis para fins farmacêuticos. Numa entrevista concedida à VICE, um investigador referiu que o veneno da jararaca-ilhoa tem potencial para ajudar na cura de doenças cardíacas, assim como a ajudar na circulação do sangue.

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Mercado negro

Segundo a VICE, devido ao seu potencial medicinal,  traficantes de animais conseguem vender cada serpente desta espécie por cerca de 30 mil dólares.

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Espécie ameaçada

Segundo a Smithsonian, apesar de serem muito numerosas, estas serpentes encontram-se ameaçadas. Isso deve-se ao estado degradado da ilha e às atividades dos traficantes.

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Fim do habitat

A BBC Brasil refere que a degradação da ilha se deve aos incêndios que ocorrem na mesma, causado por pescadores que desejam desembarcar no local. 

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Perto do fim?

No entanto, a Smithsonian também refere que a degradação ambiental da ilha pode dever-se ao facto de a marinha brasileira estar a remover vegetação do local.

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Ilha em fogo

Apesar de não terem sido encontrados culpados, os pescadores e a marinha brasileira costumam incendiar determinados locais da ilha, para controlarem a população de serpentes presentes na mesma e para conseguirem acesso à ilha, refere a BBC Brasil. Na verdade, o nome do local, Ilha da Queimada Grande, deve-se a esses incêndios.

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Espécie em perigo

De acordo com a Smithsonian, estima-se que nos últimos 15 anos a população desta espécie de serpente presente na ilha tenha reduzido em 50%. Apesar de terem uma enorme capacidade de adaptação, estas serpentes podem vir a perder a batalha contra os humanos. 

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