Mais de 50% da produção de lã mohair vem de África do Sul, local onde o processo de tiragem do pelo das cabras viola as leis de Proteção dos Animais aplicadas em 1962 pelo país.
A violação chegou à PETA através de um vídeo que compila várias gravações de imagem de 12 quintas visitadas em janeiro e fevereiro deste ano que mostra os maus tratos a que tais animais são expostos.
Segundo se lê no site oficial da organização, os trabalhadores são pagos ao volume, e não à hora, por isso trabalham rápido e sem sensibilidade para com o animal, que é atirado ao chão ou deixado a sangrar, sendo que alguns até perdem a vida com a garganta cortada – uma realidade que o vídeo apresenta através de imagens chocantes.
De imediato, a posição da PETA pediu às autoridades uma investigação a tais quintas, já que se trata de um caso de violação da lei. A par disso, a organização que defende um tratamento ético para os animais partilhou o vídeo com grandes empresas de moda que utilizam a lã mohair.
H&M, grupo Inditex e Gap são três grandes empresas que responderam positivamente ao alerta da PETA, durante o dia de ontem, 2 de maio, anunciando que, até 2020, vão deixar de utilizar por completo este material nos seus produtos.
A agência France Presse entrou em contato com os grupos que anunciaram renunciar à referida lã. Tanto a H&M como o grupo Inditex, de que faz parte a Zara, Pull&Bear ou Bershka, admitem que o uso desta matéria representa apenas uma pequena porção dos materiais que utilizam. Esta última, acrescenta que “deplora as práticas cruéis nas fazendas de mohair sul-africanas reveladas pela PETA", ainda que não conte com "provas da existência de feitos parecidos aos denunciados pela PETA nos centros pecuaristas nos quais abastecem os seus provedores".
Já a Gap, admite que a proibição desta lã afeta marcas do grupo como a Athleta, Banana Republic, Old Navy ou a própria Gap.