William lembra "sacrifícios" de guardas-florestais após mortes no Niassa

O príncipe de Gales, William, lamentou hoje o ataque terrorista que matou, em abril, dois guardas-florestais no Niassa, província moçambicana, sublinhando os "sacrifícios" feitos por estes profissionais, cujo trabalho em África tem vindo a promover.

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Paulo Julião
08/05/2025 10:06 ‧ há 3 horas por Paulo Julião

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Príncipe William

"Este ataque é mais uma lembrança brutal dos imensos sacrifícios feitos por aqueles que protegem nosso mundo natural. A realidade é que ser guarda-florestal se tornou um dos trabalhos mais perigosos do planeta. Os meus pensamentos estão com todos os afetados e suas famílias", escreveu William, numa mensagem colocada na sua conta oficial na rede social X.

 

Pelo menos dois fiscais da Reserva Especial do Niassa, norte de Moçambique, morreram e outros dois estão desaparecidos após ataques de supostos rebeldes à zona protegida daquela província vizinha de Cabo Delgado, foi anunciado em 05 de maio.

Os dados avançados em comunicado de imprensa pelo Projeto Carnívoros do Niassa, uma das gestoras do acampamento de caça desportiva de Mariri, numa das coutadas da Reserva Especial do Niassa (REN), indicam que também um fiscal ficou ferido na sequência de ataques de supostos grupos terroristas à REN.

O príncipe de Gales apresentou em novembro passado, na África do Sul, uma nova iniciativa para apoiar 10 mil guardas-florestais em toda a África durante os próximos cinco anos e garantir o seu trabalho na defesa da natureza.

"Os guardas-florestais são essenciais se quisermos cumprir as nossas metas globais de conservação para 2030 e evitar os perigosos pontos de inflexão que ameaçam o nosso planeta", defendeu William, ao discursar na abertura da cimeira global Unidos pela Vida Selvagem na Cidade do Cabo (sudoeste).

"Estas pessoas fazem muito mais do que proteger a vida selvagem. São educadores, são defensores da comunidade e ajudam a regular o uso sustentável dos recursos naturais", acrescentou o príncipe, cuja fundação criou em 2013 a associação global que dá nome à cimeira para fazer face ao comércio ilegal de vida selvagem.

Denominada Iniciativa de Padrões e Bem-Estar dos Guardas-florestais (RWSI), foi desenvolvida em conjunto com a Associação Africana de Guardas-florestais e a organização não-governamental (ONG) britânica Tusk Trust.

O programa terá a duração de cinco anos e será desenvolvido em todo o continente, proporcionando a 10 mil guardas-florestais "acesso a cobertura médica adequada e acessível e cobertura de seguro durante o serviço, juntamente com oportunidades de formação e desenvolvimento de liderança".

O acampamento de caça desportiva de Mariri, numa das coutadas da REN, composta por uma área com 42 mil quilómetros de terra em oito distritos que abrange também Cabo Delgado, região norte de Moçambique que desde 2017 enfrenta uma insurgência armada, sofreu um ataque em 29 de abril, após outro que terá ocorrido na mesma reserva em 24 do mesmo mês.

O Projeto Carnívoros do Niassa adiantou no mesmo comunicado que a sua equipa e parte dos seus recursos logísticos já foram retirados do acampamento na sequência dos dois ataques à reserva.

"Este episódio representa uma preocupante expansão do conflito que tem assolado o norte do país, atingindo agora uma das áreas de conservação mais importantes de Moçambique", avançou-se no mesmo documento.

A Associação Moçambicana de Operadores de Safaris (AMOS) também se mostrou preocupada face aos ataques de homens armados na REN, pedindo "calma" a quem tenha atividades de caça já agendadas.

A AMOS refere que situações de insegurança estão a ocorrer apenas no Niassa e Cabo Delgado, estando criadas as condições para a caça e turismo nas restantes partes do país.

O ministro da Defesa de Moçambique reconheceu em 25 de abril a existência de grupos terroristas na Reserva Especial da província Niassa, após primeiro ataque à reserva.

"Temos conhecimento (...). São terroristas e nós estamos atrás deles", disse Cristóvão Chume.

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