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"Disseram que o programa acabou porque saiu o jackpot e não é verdade"

Denise Pinto foi uma das três jovens escolhidas pela TVI num casting nacional que procurou novos apresentadores. Ao Fama ao Minuto, conta-nos como chegou à televisão e revelou a verdade sobre o fim de 'Saber é Ganhar'.

"Disseram que o programa acabou porque saiu o jackpot e não é verdade"
Notícias ao Minuto

09:02 - 07/10/22 por Filipe Carmo

Fama Denise Pinto

A TVI lançou, em março deste ano, um casting nacional com o objetivo de encontrar novos apresentadores. Dos milhares de candidatos, três jovens foram selecionadas, a quem foi entregue o novo programa 'Saber É Ganhar'. Denise Pinto, Filipa Sampaio e Inês Carvalho assumiram durante algumas semanas o formato, um concurso com chamadas de valor acrescentado que, sem aviso prévio, foi retirado da grelha.

A estação de Queluz de Baixo nunca se pronunciou sobre a decisão, embora tenha circulado que o programa chegou ao fim por ter saído, numa das emissões, o 'jackpot'.

Às três apresentadoras foram oferecidos lugares no 'VivaVida', como repórteres, um programa que também foi cancelado ao fim de dois anos.

Aos 24 anos, Denise Pinto está a fazer televisão como sempre sonhou, numa altura em que realocada no 'Dois às 10' especial, a nova aposta da TVI para as manhãs de sábado. Ao Fama ao Minuto, contou tudo o que foi preciso para concretizar o seu sonho de criança e falou-nos das aspirações que ainda alimenta - todos os dias. A entrevista foi feita antes de ser conhecido o cancelamento do 'VivaVida'.

Denise, a comunicação sempre foi uma paixão na sua vida?

Desde miúda que sempre gostei de histórias, de contá-las, de falar muito com as pessoas, e sempre vi muita televisão. Tenho o hábito, desde miúda, de chegar a casa e ligar a televisão, mesmo que não esteja realmente a ver. A televisão sempre fez parte da minha vida desde muito nova. As primeiras memórias que tenho, para além dos ‘Morangos com Açúcar’, é o ‘Você na TV’ com a Cristina e o Goucha. Lembro-me de, até nas férias da escola, acordar muito cedo para ver o programa. Foi com eles que começou a crescer o ‘bichinho’.

Os meus pais, recentemente, contaram-me que as minhas brincadeiras de miúda eram no quarto, sozinha e fechada, atrás de uma mesa de apoio, a falar e a fazer de conta que estava a apresentar alguma coisa. Portanto, sempre soube que queria fazer televisão, mais precisamente entretenimento, e nunca quis ser nem fazer outra coisa.

Ao terminar o estágio fiquei completamente perdida, porque não tinha conhecidos na área

A Denise tem um passado na ginástica, que a iniciou no mundo artístico e que, possivelmente, faz com que hoje se sinta mais à vontade com a exposição. Concorda?

Sim! Com cinco anos, no meu ATL, havia um professor a dar educação física e eu via umas meninas mais velhas a fazer ginástica, o que começou a fascinar-me. Acabaram por me levar para a escola, para o Gimnocerco, e com seis anos entrei para a ginástica, que me mudou completamente enquanto pessoa e mudou a minha vida. Eu era muito teimosa, muito maldisposta, muito mandona e a ginástica mudou isso. Aprendi com os meus colegas, com o meu professor e cresci imenso. Fiz ginástica durante 11 anos, passou pela minha infância e pela minha adolescência até ser uma jovem adulta. Portanto sim, ajudou-me muito nesta questão de estar à vontade, de comunicar, de estar à frente das câmaras.

Embora a colaborar com a TVI, ainda está no Porto Canal. Como surgiu este desafio?

Quando terminei a faculdade, em 2018, estagiei na CMTV, no Porto. Foi uma fase muito difícil. Quando escolhi o estágio, o meu curso não abria para a SIC nem para a TVI, que era o que eu queria, mas abria para outros meios. Arrependo-me um bocadinho porque, na altura, quis jogar pelo seguro e nesses três meses percebi que não tinha nada a ver com aquilo que sempre quis fazer, que é entretenimento. Foi uma experiência má para mim, não gostei daquilo que estive a fazer.

Ao terminar o estágio fiquei completamente perdida, porque não tinha conhecidos na área e nós sabemos como é difícil entrar na televisão. Não conhecia ninguém e não sabia o que fazer. Desesperei imenso, chorava todos os dias em casa sozinha e estava muito perdida. Comecei a pensar que nunca conseguiria realizar o meu sonho.

Quando recebi o e-mail a chamar-me para um primeiro casting fiquei em choque

Então e como acabou por conseguir o seu primeiro desafio em televisão?

O que aconteceu foi uma sorte, uma coisa da vida. Um dos câmaras que faz um programa do Porto Canal é amigo de uma amiga minha da faculdade e falou com ela, em 2018, e disse que estava a precisar de uma repórter. Ela falou de mim, eles chamaram-me e disseram-me "para começares nesta área, algum dia alguém vai ter de te dar uma oportunidade, nós vamos dar-ta", e foi assim que isto aconteceu.

Comecei a fazer reportagens no Porto Canal, como freelancer, e uns meses depois comecei a fazer falsos diretos. Sempre que surge alguma oportunidade, eles dão-ma sempre. Tenho estado no canal até agora.

Mais recentemente surgiu a 'oportunidade de uma vida'. Milhares de pessoas candidataram-se para um casting da TVI e a Denise foi uma das três pessoas escolhidas. Como foi viver todo este período de candidatura e, depois, saber que foi selecionada?

Desde o início que digo que foi tudo uma maluquice. Vi o casting a ser anunciado na TVI e o que pensei foi 'não acredito, estão a fazer um casting para o público, meu Deus'. Fui sem expetativas, porque sabia que iam ter imensas candidaturas, algumas até conhecidas da área, mas pensei 'não vou morrer sem dizer que, pelo menos tentei'. Enviei a candidatura logo nos primeiros dias. Fui para o jardim, pedi ao meu irmão que me tirasse algumas fotografias e candidatei-me a pensar 'não vou ser chamada, obviamente', sem contar nada a ninguém.

Quando recebi o e-mail a chamar-me para um primeiro casting fiquei em choque. Era difícil ir porque estou a três horas e meia de distância dos estúdios da TVI. Cheguei lá e o primeiro casting foi logo a simular o programa que acabámos por apresentar, o 'Saber é Ganhar'. Eu olhava para eles, pareciam estar noutra, e eu pensei 'o que é que eu estou aqui a fazer'. Por fora parecia tranquila, por dentro estava a morrer.

Levantou-se a Cristina [Ferreira] e sentou-se à minha frente. Como a acompanho desde sempre, improvisei. 

E de que forma se preparou?

Já tinha visto nas stories da Cristina, no Instagram, o que era para fazer e em casa preparei-me, mas achei que aquilo não tinha corrido nada bem. Até que recebo outro e-mail e fico novamente chocada. Numa das vezes recebi um e-mail a dizer que tinha passado e outro a dizer que não tinha conseguido. Disse 'não sei se isto é um erro mas vou fazer de conta que não li este segundo e-mail'. Fui, não sabia o que ia acontecer mas tinha a intuição que era uma entrevista. Deram-nos as informações de um assistente de realização de lá e fiquei tranquila porque se aproxima mais do que costumo fazer no Porto Canal.

Estudei tudo, preparei tudo direitinho e quando cheguei estava lá a Cristina Ferreira. Mal a vi fiquei… É a minha maior inspiração na área, sou mega fã, cresci a ver a Cristina na televisão, para mim é a melhor que temos, sem dúvida, e ver uma pessoa que tanto admiro à minha frente…

A Cristina Ferreira participou neste casting de alguma forma?

Sim. Comecei a fazer a entrevista [ao assistente de realização] e, de repente, o João Patrício [realizador] entra pelo estúdio e diz "este entrevistado vai ter que sair porque tem muita coisa para fazer e vamos receber uma entrevistada de última hora" e eu pensei 'isto não me está a acontecer'. Levantou-se a Cristina e sentou-se à minha frente. Como a acompanho desde sempre e conheço a história dela, improvisei. Quando terminou ela disse-me "vais começar a ler muito" e eu pensei: 'foi porque disse alguma coisa e nunca mais vou pôr aqui os pés'.

Eu pensei, de tanta gente, isto não me está a acontecer a mim. Para mim ainda é surreal

E foi, novamente, embora a achar que o sonho tinha terminado?

Sim, mas antes de ir fui lá à frente e disse 'eu sei que sou uma chata, vocês já devem estar fartos de mim, mas eu não sei quando é que vou cá voltar e só queria dizer que, mesmo que este não seja ainda o meu lugar, estou disponível para outros projetos ou, até mesmo, para um estágio profissional' e a Cristina respondeu: "olha, temos um lugar no bar". Eu olhei para ela e disse 'nunca se sabe o que a menina do bar é capaz de fazer'.

A verdade é que foi mesmo escolhida. A confirmação tardou a chegar?   

Mais tarde recebi uma chamada a dizer "vens à TVI para uma reunião para a última fase de castings". A minha mãe disse-me sempre: "acredita em ti que isto vai ser teu" e eu não queria desiludir ninguém. Fomos para o escritório da Cristina Ferreira e dizem-nos "esta é a fase mais difícil e só têm de dizer uma frase: 'bem-vindos à família TVI'". Eu pensei, de tanta gente, isto não me está a acontecer a mim. Para mim ainda é surreal.

O meu maior sonho é apresentar o programa das manhãsComo vos informaram sobre o programa que iriam fazer, o 'Saber é Ganhar'?

Disseram-nos logo que o programa teria um início e um fim e que não havia previsões de quando, que eles próprios ainda iam ver. Disseram ainda para continuarmos com os nossos trabalhos e eu só pensava 'como é que vou fazer', 'como é que venho para Lisboa', 'onde vou morar'. Foi super difícil porque continuei no Porto Canal e andava para lá e para cá.

É um grande desafio. Os espectadores que veem o programa não fazem ideia do quão difícil é fazê-lo. Nós temos de estar uma hora a falar sozinhos. Recebemos chamadas mas são muito rápidas, nem permitem que se fale com as pessoas.

Como foi a experiência, qual o balanço que faz?

Nunca tinha estado num estúdio e nunca tinha feito um direto. Fiquei super nervosa, mas depois foi sempre a andar. A partir do momento em que se apanha o ritmo, dá um gozo imenso. O meu maior sonho é apresentar o programa das manhãs e não criei expetativas sobre o que ia acontecer, mas adorei toda a experiência. Pensava sempre: 'não acredito que estou aqui' e depois comecei a perceber que o programa era uma excelente oportunidade. A Cristina [Ferreira] chegou a dizer-nos que quem faz este programa faz qualquer outro, porque é dos mais difíceis. Dei o melhor de mim e adorei o projeto.

Esse género de programas já motivou algumas chamadas com comentários desagradáveis ou observações inesperadas. Nunca sentiu receio que lhe acontecesse uma situação dessas?

O programa foi curtinho e acho que nem houve tempo para acontecer mas chegámos a falar sobre isso. Não tinha medo que me acontecesse porque me considero uma pessoa boa a improvisar. Se me acontecesse, ia lidar com naturalidade e até brincaria com o assunto.

 Saíram muitas notícias que disseram que o programa acabou porque saiu o jackpot e isso não é verdade

Muito se falou sobre o que motivou o fim do programa. Como vos foi anunciada a decisão?

Fizemos uma reunião com a direção e foi-nos dito que, tal como já sabíamos, o programa teria um início e um fim, e que iria terminar. Disseram-nos ainda que gostaram muito de nós, que reconheciam talento e que queriam manter uma ligação connosco. Propuseram-nos a fazer parte da equipa de reportagem do 'VivaVida'.

Então nunca vos apresentaram uma justificação concreta?

Não nos disseram mais nada. Não sei se o casting foi para conhecer e testar as pessoas, para depois integrá-las na TVI. Foi uma reunião rápida e disseram-nos logo que queriam continuar connosco. Saíram muitas notícias que disseram que o programa acabou porque saiu o jackpot e isso não é verdade. Fui eu que dei o jackpot e quando li essas notícias pensei, em tom de brincadeira, 'tenho um grande poder, fui eu que terminei com o programa' [entre risos]. Nós já sabíamos que o programa ia acabar antes de ser entregue o jackpot.

Imagino que a notícia não tenha sido recebida de ânimo leve. Foi difícil controlar as emoções? 

Quando recebi a notícia de que o programa ia acabar, fiquei muito triste. Apesar de nos terem dito que íamos fazer o 'VivaVida', fiquei muito triste porque estava a adorar a experiência. No dia em que nos disseram, estive no ar e foi muito difícil. Agora admiro ainda mais os apresentadores porque eles são pessoas como as outras, têm os seus momentos maus e ninguém percebe nada quando eles estão em direto.

É preciso ter calma e sou muito nova ainda. Entrei agora e são os meus primeiros passos

Como reagiu a esse novo convite?

O que me explicaram foi que, como não têm equipa no norte, aproveitaram o facto de eu ser do Porto para terem uma equipa a fazer essa zona. Então estou no Porto a fazer o ‘VivaVida’ e continuo no Porto Canal. Tem sido uma experiência muito gira. Apesar de ser mais parecido com o que fiz até agora no Porto Canal, continua a ser diferente porque é mesmo entretenimento. Dá para brincar e para fazer coisas mais giras, mais engraçadas.

De alguma forma sente mágoa pelo facto de não estar nos estúdios da TVI, onde queria tanto estar?

O que sinto é o que sempre senti. É em Lisboa que acontece tudo. Preocupa-me um bocadinho o facto de não estar lá, onde estão todos eles [os restantes elementos da equipa do 'VivaVida'], claro que gostava de estar lá. Tenho de continuar a dar sempre o meu melhor e a aprender. Estou sempre a perguntar por feedback, porque quero muito saber o que devo fazer e o que posso melhorar.

Sabe alguma coisa sobre o futuro, sobre quanto tempo irá durar a sua participação neste programa ou se há algum projeto para depois?

Acho que a televisão é um mistério e a única coisa que nos foi dita é que iríamos fazer parte do 'VivaVida'. Não sei mais nada. Lido muito mal com essa instabilidade e começo a pensar no futuro, mas a televisão é mesmo assim. É preciso ter calma e sou muito nova ainda. Entrei agora e são os meus primeiros passos. Espero continuar a fazer este programa e se surgir alguma oportunidade vou agarrá-la com tudo e mais alguma coisa.

Neste momento apresenta-se como Denise, embora o seu primeiro nome seja Alexandra. Por que razão optou por ser tratada assim?

Desde sempre, na minha família, que me chamam Alexandra. Quando entrei para a ginástica comecei a ser chamada Denise porque já lá havia uma Alexandra. Gosto mais do nome Denise e a partir dessa idade todos me começaram a chamar assim. No programa perguntaram-me o que eu preferia, até porque nas notícias apareci com o nome Alexandra Pinto e isso começou a criar alguma confusão. E foi aí que eu disse que preferia Denise, então ficou Denise Pinto.

O que quero mesmo fazer é televisão e entretenimento

Apesar ter pronúncia do norte, ela não é muito vincada. É algo que tenta trabalhar ou é mesmo esta a sua forma de falar?

Acho que foi algo que me aconteceu naturalmente. Sempre pensei que quero falar em televisão e que a única coisa que quero é que todas as pessoas me entendam. Nunca tive na minha cabeça a ideia de esconder o meu sotaque mas acho que é automático, principalmente em trabalho. Se me ouvirem falar com os meus amigos ou com os meus pais, provavelmente será uma pronúncia mais carregada.

O que se vê a fazer no futuro?

A curto prazo, sempre adorei reality shows e adorava apresentar, por exemplo, os 'Diários' do 'Big Brother'. A longo prazo, o meu maior sonho é fazer as manhãs. Gosto muito de vários formatos, de muitos programas, se me surgir outra coisa qualquer aceitaria esse desafio. O que quero mesmo fazer é televisão e entretenimento.

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