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"A minha vida é ser atriz e vou sê-lo até morrer"

Melânia Gomes desde sempre teve uma grande paixão pela arte de representar e não podia estar mais feliz com a carreira que conseguiu construir.

"A minha vida é ser atriz e vou sê-lo até morrer"

A veia artística já nasceu consigo e foi apurada ao longo da sua vida. Aos 18 anos, mudou-se para a capital para seguir o sonho de fazer aquilo que mais amava: ser atriz

Sem fazer planos, Melânia conseguiu construir uma carreira nesta arte e desde então tem-se dividido entre os palcos e o pequeno ecrã

Aos 35 anos, Melânia Gomes não podia estar mais satisfeita com o que tem conquistado, tanto a nível profissional como pessoal. A atriz foi mãe pela primeira vez no passado mês de maio, fruto da relação com Mário Redondo.

Quase cinco meses depois de ter dado as boas-vindas à pequena Mafalda, Melânia estreia-se nos palcos com a sua nova peça, ‘DING DONG’, e foi a falar do espetáculo que começou a sua conversa com o Notícias ao Minuto. 

‘DING DONG’ é a história de um marido que descobre o caso amoroso da mulher e que procura vingança. Qual vai ser a sua personagem?

A minha personagem é a grande cúmplice dele que é a empregada, a Maria Luísa. Ela vai ver coisas que nunca imaginou ver, sentir coisas que nunca imaginou sentir e tem uma grande revelação no final. É uma personagem muito cómica, muito engraçada.

Porque que é que as pessoas devem escolher assistir a esta peça?

Porque é uma comédia intemporal. É do mesmo autor do ‘Boeing Boeing’ - eu fiz o elenco original dessa peça -, portanto, tem todos os ingredientes para correr bem. É uma peça de traições deste universo masculino e do feminino, que é posto em confronto. As pessoas vão chorar a rir, espero. O elenco é muito bom, o cenário, figurino, o texto é muito engraçado e todas as situações estão muito bem desenhadas. Quem não gosta de ver uma pessoa a ser descoberta e a ter de se desenrascar? Vamos ter, provavelmente, momentos em que os casais vão estar na plateia a identificar as cenas com momentos que já viram ou viveram, sendo que espero que não tenham vivido traições, que é muito mau. E depois é muito bom pela surpresa de como esta história termina.

Acho que quando nós achámos que já está tudo feito é o perigo do artista. Nós nunca estamos completos, há sempre muita coisa para fazer, muitas experiências para ter, e tenho isso em mim

E como tem sido esta experiência que chega quatro meses depois de ter sido mãe pela primeira vez? Tem conseguido conciliar a maternidade com o trabalho?

A Carla e o Paulo [da Yellow Star Company] são pessoas extremamente cuidadosas e atentas a este tema, da maternidade. Nunca foi nenhum problema para eles uma atriz grávida ou recém-mamã. Aceitam todas as pessoas e contratam pelo seu valor, mérito e trabalho. Isso nunca é visto como um empecilho, noutras empresas às vezes, se calhar, é, infelizmente, no nosso país e no mundo todo.

Mas nunca se deparou com nenhuma situação assim?

Não!

Porque desde sempre trabalhou com esta companhia?

Foi a primeira vez que estive grávida e calhou não estar a trabalhar. Portanto, como não estava a trabalhar, não perdi nada. E assim que tive a Mafalda e foi possível aceitar o trabalho, aceitei. Foi fácil a adaptação. Quando os horários eram diurnos foi possível trazê-la e ter um espaço para ela estar, e eu no meio do ensaio parar para dar de mamar e depois voltar. Assim que os ensaios começaram a ser à noite já não foi possível trazer para não estragar as suas próprias rotinas de sono, que são extremamente importantes. Mas é-me dado também a possibilidade de parar o ensaio para tirar leite para fazer uma reserva de leite. Tem ajudado imenso.

Aos 18 anos veio para Lisboa atrás do grande sonho: ser atriz. Conseguiu cumpri-lo na totalidade? Era exatamente esta a vida que queria?

É melhor porque eu só queria fazer teatro amador, depois um dia passar a profissional, depois talvez fazer televisão e depois cinema. Não tinha a ambição, nem metas, nada. Tinha uma grande paixão de fazer o que amo e, nesse sentido, foi tudo muito rápido e sinto-me extremamente abençoada porque as coisas superaram as expectativas. Neste momento sinto-me muito realizada, amo o que faço, e aceito qualquer desafio. Falta-me fazer uma data de coisas, mas até morrer temos muito tempo. Acho que quando nós achámos que já está tudo feito é o perigo do artista. Nós nunca estamos completos, há sempre muita coisa para fazer, muitas experiências para ter, e tenho isso em mim.

Mas há algum papel que gostasse muito de interpretar?

Tipo de papel não. Gostava de trabalhar lá fora. Tenho preferência pelo Brasil ou Espanha, não tenho ambição de ir para Hollywood.

Para mim o palco é a minha casa, é um lugar sagrado, é a minha raiz, onde me sinto bem, onde sou plena e onde estou a 100%Por alguma razão?

Não… O Brasil porque vivi, estudei lá e gostei. Senti-me muito bem e para mim já é uma segunda casa. Espanha nunca trabalhei, mas como tenho uma relação com o Cine Fiesta… Se calhar em Hollywood nunca pensei em trabalhar porque não tenho lá laço nenhum. Acho que sou muito terra à terra e vou pensando numa coisa de cada vez. Achei que Brasil e Espanha eram mais próximos e mais fácil, e fiquei por aí.

A sensação que teve ao pisar o palco pela primeira vez em 2003 continua nos dias de hoje?

Sim! Para mim o palco é a minha casa, é um lugar sagrado, é a minha raiz, onde me sinto bem, onde sou plena e onde estou a 100%. Gosto imenso de fazer televisão e cinema, é uma linguagem que também me é familiar porque não consigo estar só a fazer uma coisa - também acabo por estar sempre a fazer várias coisas ao mesmo tempo. Mas o palco tem essa liberdade, essa magia do aqui e agora. Tem esse ritmo… A televisão e o cinema têm outras coisas, outras magias, outras dificuldades. O teatro tem também as suas dificuldades, mas tem o contacto direto com público que, no meu caso, é o que me faz vibrar. O cinema tem a expansão, a divulgação que o teatro não tem, mas não tem o momento, o agora. Tudo se completa e eu sou feliz, na verdade, a fazer tudo.

Porquê recusar um sorriso, um autógrafo ou um beijinho partindo do pressuposto que a pessoa vai invadir a tua privacidade? Só vai invadir se tu deixaresEstreou-se em 2005 na SIC ao lado de Camilo de Oliveira, um grande ator mas que, dizem, não era uma pessoa fácil.. Como foi trabalhar com o Camilo?

Foi ótimo, foi super generoso comigo. Quem quisesse aprender com o Camilo podia - da fase do Camilo que apanhei e daquilo que vi. Podia ter a sua forma peculiar de dizer as coisas, mas dizia e percebia-se. No meu caso sempre me ajudou e me deu boas dicas, foi respeitador, e foi muito bom.

Ao longo da carreira tem-se cruzado com outros grandes nomes, entre eles Raul Solnado, Manuela Maria, Marina Mota, Nicolau Breyner… O que mais aprendeu com todos eles?

Com a Manuela Maria aprendi a deixar as tristezas em casa, a chegar com um sorriso na cara, aprendi o rigor, a disciplina, porque ela é uma máquina. Aquela senhora, com a idade que tem, ninguém brinca com ela. Sabe os textos todos na ponta da língua, entra naquele set cheia de energia. Com o João Baião aprendi o carinho e o respeito pelo público, a dar aquele abraço e beijinho sincero, a falar sem medos. Nesse aspeto, a melhor pessoa é o João Baião porque lida com toda a gente de igual para igual, é transversal a todos os canais de televisão, a todo o público e revejo-me nesse comportamento, próximo das pessoas. Porquê recusar um sorriso, um autógrafo ou um beijinho partindo do pressuposto que a pessoa vai invadir a tua privacidade? Só vai invadir se tu deixares.

A minha vida é ser atriz e vou sê-lo até morrer. Por necessidade, se fosse preciso fazer qualquer coisa faria, mas o que me deixa feliz, o que me completa, a minha paixão é representar “Este meio é complicado, somos muitos, e eu não vou estar sempre em cena. […] Tens que aproveitar quando tens, saber gerir, saber guardar dinheiro para quando não há [trabalho] continuares a sobreviver e a pagar as tuas contas. É isso que tenho feito sem grandes angústias”. Estas são palavras suas ditas no ‘Alta Definição’, referindo-se à sua profissão. É difícil gerir a carreira com as fases de ter e não ter trabalho?

É difícil tanto a nível emocional como financeiro e prático. Em termos emocionais é natural que quando tens muito trabalho e, de repente, deixas de ter, começas a duvidar de ti e achas que tens algum problema. Mas depois com a experiência e com calma percebes que não, que é mesmo assim, são fases. E depois há oportunidades, há aquelas pessoas que aparecem, acreditam em ti e dão-te a mão.

Vão existindo sempre contornos e transformações. É aceitar e continuar a dar sempre o melhor de nós, preocupando apenas com o que nos diz respeito. E no que diz respeito a mim é vigiar-me como atriz, como pessoa, como artista, continuar a estudar, a exercitar-me, a ter esta elasticidade emocional, a ler, a cuidar de mim, a treinar, comer bem, a ter disponibilidade física para abraçar uma nova personagem (engordar ou emagrecer se for preciso)… E, claro, se possível ter uma boa agência ao nosso lado que faça um bom trabalho de divulgação que é importante porque somos muitos.

Nunca pensou em desistir de ser atriz num momento mau?

Nunca! A minha vida é ser atriz e vou sê-lo até morrer. Por necessidade, se fosse preciso fazer qualquer coisa faria, mas o que me deixa feliz, o que me completa, a minha paixão é representar.

E alguma vez desistiu de alguma coisa?

Desistir não, mas às vezes empato um bocadinho. Tenho vários projetos a meio gás na gaveta que me enervam. Sou muito exigente para cumprir para os outros e às vezes falta-me essa disciplina de cumprir para mim.

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M+M+m...  Não se dorme, não se pára, mas confirmo, é mesmo o MELHOR DO MUNDO!!! Estamos muito felizes e gratos pela nossa cria MAFALDA, pelo parto abençoado que tive, por todo este processo verdadeiramente mágico... Obrigada também a vocês, pelo vosso carinho... Pelos vossos comentários, mensagens... É impossível responder a todos, principalmente agora, mas estão todos no meu coração. OBRIGADA VIDA!!! #MMm #émuitoamor #jgd #aminhacria #criamafalda

Uma publicação partilhada por Melânia Gomes (@melaniagomes) a 3 de Jun, 2019 às 9:35 PDT

O que mudou no dia 31 de maio, além das novas rotinas e todas as emoções desta primeira experiência?

Mudaram todas as minhas prioridades. A partir do momento em que somos responsáveis por uma pessoa, já não somos nós que estamos no topo das prioridades. Claro que temos de estar bem e de nos cuidar, vigiar, continuar com a nossa vida, mas é das coisas mais simples como: se tiver fome ao mesmo tempo que ela, vou-lhe dar de mamar primeiro e depois é que eu como. A vida fica toda muito mais simples - pode parecer contraditório porque a vida fica extremamente complicada, mas no fundo quando se tem de tomar decisões ou quando são assuntos importantes não há dúvidas: é sempre o que é que é melhor para ela.

Sou mãe e sou eu que faço tudo, é minha responsabilidade, mas consigo conciliar com o trabalho graças à minha avó“Acho que só vou estar completamente lapidada quando for mãe. Acho que é o que me faz falta para terminar este ciclo de autoestima”. Estas também são palavras suas, ditas antes de ser mãe… Hoje, agora que já nasceu a pequena Mafalda, está completamente lapidada?

Isso de dizer que estou completamente lapidada seria de uma arrogância muito grande porque até morrer vamo-nos lapidando e a vida vai-nos lapidando também. Acho que estou a ir bem. Claro que também tenho muita ajuda. Tenho uma estrutura familiar que me ajuda imenso e foi tudo pensado nesse sentido. Não partiria para uma gravidez com a minha carreira, o meu trabalho, sem saber que ia ter essa ajuda. Foi pensado porque tenho uma relação muito estável, foi planeada com essa segurança emocional e com essa estabilidade familiar, a ajuda preciosa da minha avó que vive connosco e que foi a vida inteira ama. Sou mãe e sou eu que faço tudo, é minha responsabilidade, mas consigo conciliar com o trabalho graças à minha avó. Sinto que estou a ser uma boa mãe, que estou a fazer muito bem o meu trabalho, mas com a plena consciência que isso é possível porque tenho essa ajuda.

Há mães que dizem que “não amam os filhos à primeira vista”, falando do momento logo a seguir ao parto. Como foi a experiência da Melânia?

Todas as pessoas sentem as coisas de maneira diferente. Eu compreendo que exista essa situação, mas comigo não. Comigo foi uma conexão imediata porque também já existia. Dentro da minha barriga eu já a sentia e já tinha essa conexão. Quando a conheci, quando a vi, só veio fortalecer.

Nas redes sociais desabafou sobre a amamentação e de como foi difícil começar esta etapa… Este foi o momento mais difícil nestes cinco meses de maternidade?

Foi, sem dúvida. Eu preparei-me até aquele momento, ao parto, sabia que ia correr tudo bem e estava extremamente confiante. Depois a partir de ali achei que não valia a pena antecipar-me a cenários porque não sabia o que é que ia acontecer. Portanto, não pesquisei essas coisas com a profundidade que depois foi preciso. Mas tive a ajuda de profissionais que me puseram no caminho certo, e também em casa deram-me força para não desistir. De facto, é o melhor para mim e para ela.

Não estou péssima nem estou perfeita, acho que estou normal e aceito essa normalidadeComo foi o pós-parto? Sendo uma figura pública, sentiu ou tem sentido algum tipo de pressão na recuperação da forma física?

A pressão que possa existir, no meu caso, é uma exigência comigo própria, com consciência que não demoras nove meses para ter um bebé e depois em nove dias o corpo fica como estava. Não fica! É preciso depois outros nove meses para ficar. Claro que com treino e com a alimentação é possível recuperar e não ser esse o timing, acho eu. No meu caso a pressão é minha, de querer olhar-me ao espelho e reconhecer-me com a consciência de que sou mãe, tive uma bebé e estou a amamentar. Até tenho tido bastantes elogios nas redes sociais a dizer que estou ótima e adoro os meus admiradores, agradeço-lhes imenso. Não estou péssima nem estou perfeita, acho que estou normal e aceito essa normalidade.

Aceito com tranquilidade o que me está a acontecer, que é uma bênção, e aceito todos os momentos. Já durante a gravidez aceitei todas as mudanças do meu corpo e tive muita sorte porque não fiquei com bastantes mazelas. Tive um parto muito bom, foi tudo muito normal, não foi preciso cortes, não fiquei com marcas. Já voltei a treinar, mesmo não sendo as vezes que gostaria, mas estou a conseguir gerir todos os cantinhos da casa e as coisas vão ter o seu curso natural.

É completamente feliz e realizada?

Sinto-me completamente feliz e realizada.

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