O nome de Conan Osiris surgiu no panorama artístico há cerca de um ano. Mas foi recentemente, com a participação no Festival da Canção com o tema 'Telemóveis', que deu o 'boom'. Tratando-se de um dos concursos mais aclamados em Portugal, Carolina Deslandes não deixou de revelar a sua opinião sobre o candidato a representar o país na Eurovisão.
"A primeira vez que o ouvi pensei: 'Mas que raio vem a ser isto?'. Muito antes do festival. E pensei que a malta no geral tinha perdido o juízo de vez. 'Eu gosto de bolos?'. Mas que m*rda é esta? Fui rápida a julgar uma coisa que me era estranha", começou por dizer numa publicação no Instagram.
Na continuidade do seu texto, Carolina referiu que "estamos tão habituados a ouvir coisas cuja sonoridade é absolutamente homogénea" que " fechamos as portas a tudo o que saia do raio da nossa compreensão imediata". Contudo, reconheceu mérito a Conan Osiris e hoje admira-o pela audácia de se impor enquanto artista e personalidade.
"É preciso muita coragem para seguires a tua verdade é arriscares-te a ser incompreendido, é preciso teres muita coragem para não te renderes as regras que ditam aquilo que uma canção deve ter. É preciso ter balls para vir abanar o sistema e trazer algo completamente novo", acrescentou.
"Ainda que possa haver quem não goste ou não se identifique, temos de perguntar quantas pessoas é que compuseram, interpretaram e produziram a sua própria canção. É tudo feito por ele. E a preocupação com o cenário, com a roupa, com tudo fez-me pensar que temos mesmo de começar a pensar nisto como um espetáculo e proporcionar mais momentos destes ao público. Parabéns", disse ainda.
A primeira vez que o ouvi pensei “mas que raio vem a ser isto?” Muito antes do festival. E pensei que a malta no geral tinha perdido o juízo de vez. “Eu gosto de bolos?” Mas que m*rsa é esta? Fui rápida a julgar uma coisa que me era estranha. E acho que tendemos todos a fazer isso,não só com os artistas. Estamos tão habituados a ouvir coisas cuja sonoridade é absolutamente homogênea cuja linguagem é tão clara (sim e “contra” mil falo a minha música é assim) que fechamos as portas a tudo o que saia do raio da nossa compreensão imediata. E pior, enfiamos numa caixa: “isto não é bom”. E não é bom porque? Quem é que decide isso? Será que fomos mesmo ouvir a fundo para fazer uma avaliação? Fui ouvir outra vez. Ouvi o disco quase todo. E dei por mim embrulhada nas letras, e à procura de saber quem ele era, como é que era. É preciso muita coragem para seguires a tua verdade é arriscares-te a ser incompreendido, é preciso teres muita coragem para não te renderes as regras que ditam aquilo que uma canção deve ter. É preciso ter balls para vir abanar o sistema e trazer algo completamente novo. Estou desde que a canção saiu a dizer 100 vezes ao dia “que vou estragar o telemóvel. O telelé” e senti que estávamos todos a assistir ao começo de uma bela história, de uma carreira de alguém que não tem medo de ser como é e de fazer aquilo que lhe apetece. Ainda que possa haver quem não goste ou não se identifique, temos de perguntar quantas pessoas é que compuseram, interpretaram e produziram a sua própria canção. É tudo feito por ele. E a preocupação com o cenário, com a roupa, com tudo fez-me pensar que temos mesmo de começar a pensar nisto como um espetáculo e proporcionar mais momentos destes ao público. Parabéns. Go for it! Ah e antes que venham com o “ele diz bué e ya e tipo e fixe” a língua evoluiu, também não ouço ninguém dizer “outrora” nem “doravante”. Cada um tem a sua forma de comunicar. Amor para todos
Uma publicação partilhada por Carolina (@carolinadeslandes) a 18 de Fev, 2019 às 2:32 PST