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A Arcádia está de olho no futuro e tem uma arma secreta: Os gelados

Os chocolates continuam a ser a base do sucesso de uma das marcas mais conhecidas do país, mas o futuro promete trazer muitas novidades.

A Arcádia está de olho no futuro e tem uma arma secreta: Os gelados
Notícias ao Minuto

07:00 - 07/11/17 por Bruno Mourão

Economia Empresas

Combater a sazonalidade dos tradicionais chocolates e amêndoas e chamar a atenção de portugueses e estrangeiros em locais movimentados são as grandes apostas da Arcádia para crescer em Portugal, e quem sabe, olhar com mais curiosidade para o mercado internacional. 

A marca nascida no Porto inaugurou uma nova loja no Parque das Nações, com 'cara lavada' e um conceito que promete mudar a forma como olha para a Arcádia. A arma secreta é o conjunto de gelados criado com o mestre gelateiro Gianfausto Pellegrinetti – fundador da marca Giolatto – para contrariar a ideia de que a Arcádia só é para visitar no Natal e na Páscoa. 

O Economia ao Minuto esteve presente na inauguração e falou com João Bastos, neto do fundador da Arcádia e atual administrador, sobre o passado, o presente e o futuro da marca. Leia a entrevista abaixo e perceba melhor a estratégia assumida e o atual rumo da Arcádia. 

Em que consiste esta nova ideia de loja da Arcádia que estão a apresentar? 

Nós tínhamos, principalmente aqui em Lisboa, lojas que só vendiam chocolates e amêndoas; este é um conceito mais alargado: para além dos chocolates e amêndoas, que obviamente não podiam faltar, temos também a parte de cafetaria e pastelaria com os macarons, os bolos inteiros... hoje em dia, cerca de 70% a 80% dos produtos de pastelaria são feitos por nós exclusivamente para as nossas lojas e temos agora a grande novidade dos gelados. Desenvolvemos tudo em parceria com o Gianfausto [Pellegrinetti], um mestre de gelataria reconhecido internacionalmente e que desenvolveu especialmente para nós estes sabores. 

Como escolheram o Gianfausto e porque decidiram juntar-se a ele? 

Foi um conhecimento por acaso. O arquiteto que desenhou esta loja conhecia e tinha negócios com o Fausto e veio daí a conversa. Na Arcádia temos sempre uma responsabilidade grande quando pomos qualquer produto à venda, ainda mais quando é feito por nós e, portanto, queríamos ter alguém de topo que nos garantisse que os gelados que íamos ter podiam ter lá o carimbo da Arcádia. Fizemos uma parceria, ele desenvolveu as receitas para nós e também a parte técnica da montagem da fábrica de gelados foi supervisionada por ele. Achamos que conseguimos ter um produto que honra os pergaminhos da Arcádia. 

Vão tentar apostar neste modelo nas restantes lojas? 

Neste momento, temos dois conceitos. Esta loja é a primeira deste conceito, mas temos também o Arcádia Café, quiosques concebidos para centros comerciais, já temos três com a nova imagem. Um no Campus São João no Porto, um no Cascaishopping e abrimos também no Mar Shopping, no Algarve. Estes vão ser os nossos conceitos de futuro. Nas lojas onde é possível, onde temos cafetaria, vamos pô-las mais parecidas com esta imagem. Como elas não foram desenhadas de raiz com esta imagem, não é possível replicar exatamente o que aqui está, mas vamos tentar uma linguagem mais parecida. As nossas lojas de bombons normais vão manter-se como estão e temos um projeto em que estamos a apostar que é a loja-museu. Ela já existe atualmente no centro do Porto e é onde a Arcádia nasceu e onde há até pouco tempo se fazia toda a produção da Arcádia. Vamos transformar esse espaço numa loja-museu onde as pessoas poderão ver como se faz o chocolate, como se pinta as amêndoas... queremos ter um museu vivo que mantenha naquele local a memória do que sempre lá se fez.  

Apostando em zonas turísticas como Lisboa, o Porto e o Algarve, têm esperança que os turistas sejam uma parte importante do negócio? 

Os turistas são cada vez mais clientes das nossas lojas, mas nós efetivamente não tínhamos um conceito que fosse adaptado a esse mercado. A marca tem muita força em Portugal, já começa a ter alguma força a nível internacional, porque já há muitos estrangeiros a conhecer a Arcádia e que compram os nossos chocolates quando vêm a Portugal, mas não tínhamos este tipo de oferta alargada que funciona melhor em zonas turísticas. Este conceito foi pensado nas duas vertentes: dar uma resposta a zonas com mais tráfego, com consumo mais de impulso, e por outro lado, a gama de gelados foi introduzida para contrabalançar a sazonalidade dos chocolates e das amêndoas. As amêndoas vendem-se na Páscoa, essencialmente, e os chocolates vendem-se todo o ano, mas com grande incidência no Natal e com uma retração grande na altura do verão. Pensámos que se conseguíssemos ter um produto que na altura do verão estivesse em alta, conseguíamos contrariar essa sazonalidade. 

Portugal não tem tanta fama no mercado dos chocolates como a Suíça ou a Bélgica, por exemplo. Acha que com os turistas a provarem os chocolates da Arcádia, daqui a alguns anos este panorama pode mudar? 

Acho que sim. Em termos de qualidade e de embalagem, design, conseguimos combater o que de melhor se faz na Suíça e na Bélgica. Portugal não tem essa tradição, mas se tivermos produtos e conceitos como este, é possível. Uma loja como esta fica bem em qualquer lado do mundo. Não devemos ter vergonha nenhuma de pôr esta loja em qualquer rua do mundo. A internacionalização poderá ser uma etapa que a Arcádia venha a trilhar. Já não será para a terceira geração [risos], poderá vir a ser na quarta. 

Mas acredita que é possível tentar a internacionalização no espaço de poucos anos? 

Nós ainda temos um percurso a percorrer em Portugal. Temos estes novos conceitos, há muitos espaços que podemos preencher em Lisboa, no Porto, no Algarve... vamos abrir duas lojas no Porto com esta imagem e Portugal é o mercado natural. É onde as pessoas nos conhecem melhor, conhecem a marca, a marca está com mais força e esta é a nossa praia. Apesar de nós já termos boas experiências! Já estamos numa loja dos aeroportos em Portugal, a Chocolate Lounge, que tem as grandes marcas internacionais, os 'monstros sagrados' dos bombons, e hoje em dia, em termos de vendas estamos em primeiro nessas lojas. Isso quer dizer que a nossa marca pode fazer muito. É evidente que estamos a 'jogar em casa', mas mesmo assim é um motivo de orgulho e mostra que os nossos produtos podem vingar em mercados internacionais. No entanto é preciso encontrar os parceiros, os locais e até a forma de o fazer. Em Portugal fizemos a expansão através de lojas próprias, mas no estrangeiro pode ser feito através de uma rede de franquias, ou através da distribuição dos produtos para lojas multimarca... há muitas opções em aberto mas para já, estamos muito focados neste 'retângulo à beira-mar plantado' [risos]. 

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