Durante anos, a luta entre Floyd Mayweather Junior e Manny Pacquiao foi o sonho de todos os fãs de boxe. Os dois nomes lendários do desporto de combate foram adiando o encontro em ringue 'ad infinitum' e criaram expectativas quase impossíveis de cumprir; quando o prometido combate se realizou, o mundo parou para ver e foram batidos todos os recordes de receitas na história do boxe.
As contas mais aproximadas falam em valores totais de quase 530 milhões de euros gerados pelo 'Combate do Século', números que pareciam ser impossíveis de alcançar nas próximas décadas. No entanto, a explosão de popularidade de um barulhento irlandês nas artes marciais mistas (MMA) abriu a porta a uma luta improvável que promete subir ao trono de combate mais lucrativo de sempre.
Com a bênção da UFC – a mais importante liga de MMA do mundo – Connor McGregor lançou um desafio ao invicto Floyd Mayweather Jr. para um combate de boxe que vai juntar os dois lutadores mais populares do mundo. Apesar de não ser tão conhecido como Manny Pacquiao no mundo do boxe profissional, McGregor é a maior estrela mundial de MMA, campeão em duas categorias de peso na UFC e conhecido pela capacidade ímpar de se autopromover e de irritar os adversários antes dos combates.
Para perceber o potencial impacto do encontro de mundos tão diferentes, a Forbes recolheu vários dados financeiros e garante que, mesmo nas previsões mais conservadoras, todos os sinais apontam para que o combate entre Mayweather e McGregor se torne o mais rentável de sempre.
Começando pela publicidade, o potencial de mais receitas do que no 'Combate do Século' é enorme: Contando com o patrocínio no centro do ringue, nos cantos do ringue, nas transmissões e em várias zonas promocionais da arena, o valor total angariado promete chegar aos 17,6 milhões de euros, bastante mais do que os 12 milhões conseguidos no combate Mayweather vs Pacquiao.
Para além disso, existem as contas dos bilhetes: A T-Mobile Arena, em Las Vegas, é o local escolhido para o combate e conta com espaço para 20 mil espectadores, mais três mil do que o MGM Grand onde foi realizado o 'Combate do Século'. Pode não parecer uma diferença enorme, mas tendo em conta que os bilhetes deverão custar no mínimo 1.200 euros e no máximo 8.800 euros, os lugares extra significam um aumento nas receitas de bilheteira até um total de quase 80 milhões de euros.
A grande diferença entre os dois combates deve ser feita, no entanto, através da venda da transmissão em todo o mundo. Através de aparelhos de 'pay per view', os norte-americanos, britânicos e habitantes de dezenas de outros países mundiais vão poder pagar um valor fixo para ver o combate.
No caso da luta entre Pacquiao e Mayweather, o valor cobrado era de 80 euros pela versão em definição normal ou cerca de 90 euros pela transmissão em alta definição, mas tudo indica que os preços sejam mais elevados desta vez. A Forbes aponta para receitas totais de 500 milhões de euros em venda de transmissões, completando um bolo superior a 600 milhões de euros.
Tendo em conta que Floyd Mayweather irá receber cerca de 100 milhões de euros pela participação e McGregor vai também cobrar dezenas de milhões, os lucros vão ser bem menores do que as receitas totais, mas parece certo que nenhuma das partes vai sair a perder do combate lendário do dia 26 de agosto.
