"Iremos fazer investimentos nos próximos cinco anos na ordem dos 19 milhões de euros, com aproximadamente uma duplicação das áreas produtivas em relação ao que temos hoje", disse em declarações à agência Lusa o diretor geral da empresa, Luís Pinheiro, que tem a ambição de tornar a Maravilha Farms no "maior produtor europeu de pequenos frutos".
Com cerca de 150 hectares de produção de framboesas, amoras e mirtilos nos concelhos de Odemira e de Tavira, o investimento vai permitir "duplicar a área atual de exploração para os 300 hectares", especificou o mesmo responsável, que apontou uma meta de 50 milhões de euros de volume de negócios para daqui a cinco anos.
"Terminámos o ano de 2016 com uma faturação superior a 19,5 milhões de euros e estimamos atingir, com os investimentos que queremos lançar, um volume de negócios os 50 milhões de euros nos próximos cinco anos", disse, indicando que atualmente cerca de "98% da produção" se destina ao "Reino Unido, Irlanda, Alemanha, países nórdicos e do Benelux".
Destacando as condições ao longo de "quase todo o ano" para a produção de frutos vermelhos no concelho de Odemira, na zona da Zambujeira do Mar, Luís Pinheiro revelou que a empresa está "a analisar" outras "duas regiões possíveis para instalar projetos de mirtilo", como é o caso da zona de Almeirim, no distrito de Santarém, e do Alqueva, no interior do Alentejo.
Instalada em Portugal há 10 anos, a operação da Maravilha Farms representa "cerca de 2% do universo da sua 'holding'", a Reiter Affiliated Companies (RAC), empresa americana que "há mais de cem anos, se dedica na Califórnia à produção de pequenos frutos".
Com a concretização do investimento previsto em Portugal, a Maravilha Farms espera "duplicar o valor" que a produção nacional "representa para o grupo", tendo também em conta que são as terras lusas que apresentam "a melhor rentabilidade por hectare", por "questões relacionadas com o clima".
O projeto agrícola da Maravilha Farms em Portugal emprega atualmente de "forma direta" cerca de 700 trabalhadores em Odemira e em Tavira, estimando nos próximos cinco anos "um aumento entre 60 a 70%" da mão-de-obra, para "fazer face ao crescimento", além da mão-de-obra sazonal.
Com "cerca de 15%" de trabalhadores de nacionalidade portuguesa na área de produção, a Maravilha Farms chegou já a contar com operacionais de 22 nacionalidades diferentes.
"Odemira é uma região de baixíssima densidade populacional, que não tem de facto mão-de-obra suficiente para todos os setores de atividade e a agricultura é provavelmente o que mais se ressente", disse, adiantando que as nacionalidades mais representadas na empresa, além da portuguesa, são a búlgara, a ucraniana, a romena, a tailandesa e a nepalesa.
O plano de investimento da Maravilha Farms, designado pela empresa como "Ambição 2021", vai ser apresentado na segunda-feira, nas instalações da empresa, na freguesia de São Teotónio, em Odemira, numa cerimónia presidida pelo primeiro-ministro, António Costa, pelas 15:00.
Antes da cerimónia, durante a manhã, por volta das 11:45, está prevista uma visita de António Costa à empresa agrícola Vitacress, na Quinta dos Cativos, também no concelho de Odemira.