Miguel Sousa Tavares considera que o Banco de Portugal não deve decidir sozinho que reservas constitui, dado que se trata de um organismo que “tem um dono e esse dono é o Estado”.
“O BdP tem o direito a constituir reservas, mas não me parece que tenha legitimidade para ser só ele a decidir que reservas constitui. Tem independência, mas também tem um acionista que é o contribuinte português”, explicou o comentador na antena da SIC.
“Estou de acordo que a decisão deve ser política (qual é o volume de provisões que o BdP pode constituir e qual é o volume de dividendos que deve devolver ao Estado), mas desde que isso seja para abater à dívida e não para financiar défices correntes”, prosseguiu o escritor.
A explicação é simples: “O banco tem um dono e esse dono é o Estado, pelo que quando há lucro não pode ser só o governador a decidir”, afirmou Sousa Tavares, certo de que, a ser desta forma, a independência do BdP não seria afetada.