Podem ser pequenos, mas os problemas que os piolhos do mar estão a provocar no mercado mundial do salmão não são de menosprezar.
De acordo com a agência globo, um pequeno parasita denominado simplesmente como piolho do salmão (nome científico: Lepeophtheirus salmonis) está a juntar-se a uma epidemia de algas tóxicas e a reduzir a população de salmão consumível para níveis inesperados. O problema está a afetar os principais mercados de produção do peixe com carne rosada: a Noruega, a Escócia e o Chile.
O jornal britânico The Guardian fala numa quebra de quase 10% na produção mundial durante o último ano, que levou a um aumento de quase 50% no preço de venda por atacado, ou seja, em grandes quantidades. O salmão não é, aliás o único peixe a ser afetado: o robalo e o mero, por exemplo, também podem ser vítimas desta infeção, apesar do efeito não ser tão significativo no mercado mundial.
A BBC falou com o especialista Fernando Mardones, que explica que apesar do piolho existir há muito tempo no meio natural, a aquacultura feita para aumentar a produção mundial agrava a epidemia: "O problema aparece quando temos populações de salmão confinadas em sistemas de criação intensiva".
A proximidade de milhares de peixes permite aos piolhos propagarem-se a grande velocidade e alimentarem-se do muco que os salmões utilizam como defesa, "acabando por provocar grandes estragos nos peixes".
O problema dos parasitas do salmão já é uma preocupação há pelo menos quatro décadas, mas até agora não foi encontrada uma solução eficaz para acabar com a epidemia; para piorar a realidade da aquacultura, o aumento da temperatura das águas devido ao aquecimento global cria condições mais vantajosas para a propagação dos parasitas.
Não se admire se até ao final deste ano vir o preço do salmão aumentar: a escassez de peixe próprio para consumo irá dever-se a esta epidemia de piolhos que pode ver na galeria.