A simbólica meta que poderá indiciar o início de uma nova era no financiamento público está atingida.
Os juros da dívida portuguesa a 10 anos chegaram aos 4,01%, segundo os números divulgados pela agência Reuters.
Um custo de financiamento tão elevado não se via há quase um ano, mas a mudança atual é mais preocupante por ser aparentemente estrutural. Há um ano, a política do novo Governo ainda era encarada com grande desconfiança e os resultados não podiam comprovar os méritos da mudança económica; agora, que existem números para contrariar o pessimismo, a explicação parece ser global.
Esta situação verifica-se numa altura em que houve subida da taxa de inflação e tem aumentado a pressão sobre o Banco Central Europeu para que altere a sua política relativamente aos juros.
Recorde-se que a postura da instituição liderada por Mario Draghi tem contribuído para manter os juros estáveis em valores baixos.
A pressão dos mercados estará a contribuir para que Portugal, a par de outros países europeus, esteja a sentir já a subida dos juros, num contexto que terá tendência para se acentuar a não ser que o BCE volte a reforçar o programa de compra de ativos na zona euro.