A produção portuguesa quase duplicou entre julho e setembro. Depois de um primeiro semestre lento e com crescimento abaixo das elevadas expectativas, a viragem do primeiro para o segundo semestre animou a economia nacional e começam a ver-se sinais de uma forte recuperação.
Segundo as contas do Instituto Nacional de Estatística, o Produto Interno Bruto português cresceu 1,6% em volume no terceiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado, um valor que quase duplica o aumento de 0,9% registado no segundo trimestre.
"O crescimento mais intenso do PIB refletiu sobretudo o aumento do contributo da procura externa líquida, que passou de 0,1 pontos percentuais no segundo trimestre para 0,7 pontos percentuais em consequência da aceleração mais acentuada das exportações de bens e serviços comparativamente com a verificada nas importações de bens e serviços", pode ler-se no relatório estatístico divulgado esta manhã pelo INE no seu site oficial.
Comparando com os três meses anteriores, o período do início de julho ao final de setembro trouxe um aumento de produção real equivalente a 0,8% do PIB: "O contributo da procura externa líquida para a taxa de variação em cadeia do PIB foi positivo, devido ao aumento das exportações de bens e serviços e à diminuição das Importações de bens e serviços, enquanto o contributo da procura interna foi negativo, refletindo principalmente a redução do investimento".
O objetivo do Governo de conseguir um crescimento homólogo de 1,8% no final deste ano ainda é possível com o bom desempenho do terceiro trimestre, mas será reconhecidamente difícil ultrapassar as expectativas pessimistas do FMI, Comissão Europeia e CFP, que apontam para números mais modestos.
[Notícia atualizada às 12h00]