"As conversações com os Estados Unidos falharam de facto porque nós, os europeus, não temos de ceder às exigências americanas", disse Sigmar Gabriel, que também é ministro da Economia, em declarações à estação pública alemã ZDF.
"Nada está a avançar", reforçou o responsável político.
A contestação do acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP) na Alemanha sempre esteve presente durante as negociações com Washington, incluindo no seio da coligação governamental.
Se os sociais-democratas, como Sigmar Gabriel, estão cada vez mais afastados deste projeto, Angela Merkel, líder do partido conservador União Democrata Cristã (CDU), continua a defender o acordo com os americanos.
"Este acordo é absolutamente certo e importante e do interesse absoluto da Europa", afirmou a chanceler alemã em finais de julho.
Negociadores da UE e dos EUA começaram em 2013 conversações para criar a maior área de comércio livre no mundo. As duas partes pretendem finalizar as negociações até ao fim da administração democrata do Presidente norte-americano Barack Obama, em finais deste ano.
Mas essa possibilidade parece estar cada vez mais longe, por causa da oposição de grandes economias europeias, como a França, e da forte mobilização da sociedade civil contra o tratado.
A decisão do Reino Unido de deixar a UE também veio complicar o processo.
Nos bastidores, diplomatas próximos do processo estão convencidos de que as negociações deverão ser suspensas pelo menos até às eleições em França e na Alemanha em 2017.