Num texto que assina na Acção Socialista, António Correia de Campos diz que são muitas as razões que poderia encontrar para que não fossem aplicadas sanções, tal como seria um outro lote de razões que explicassem a aplicação das mesmas.
No entanto, o socialista foca a sua análise nas repercussões que esta decisão terá no universo financeiro da Europa. “Que ganha Bruxelas com este eventual ato punitivo? Mais desconfiança na União, acentua-se o fosso entre clivagens ideológicas, reduz-se a capacidade produtiva e o emprego nos países sancionados, diminui as importações dos mais poderosos, agrava-se a perda de confiança no sistema bancário, segurador e de fundos de pensões europeus (atualmente em perda acumulada devido ao dinheiro barato do BCE), enfraquece a Europa, (…), oferece a Putin um continente rico, gordo, pouco ágil e infeliz e permite a continuação da venda barata de ativos europeus a Chineses e Indianos”, enumera.
Depois de acusar os líderes europeus de um “pensamento em caracol”, Correia de Campos diz não se admirar que venham “a ganhar voz e corpo não apenas os populismos ignaros e incultos, mas também os que sem discussão à Europa aderiram e sem entusiasmo se acolheram ao suposto guarda-chuva cambial e anti-inflacionário do Euro”.