A meta de um défice não superior a 2,2% do PIB é ambiciosa, mas até agora, os primeiros sinais parecem indicar que a melhoria nas contas do Estado são uma realidade. Olhando para os dados divulgados hoje pelo INE, o défice das contas nacionais no primeiro trimestre de 2016 foi de 3,2%, uma melhoria significativa em relação às perdas de 5,5% do PIB registadas no mesmo período do ano passado.
"Esta melhoria do saldo das Administrações Públicas resultou do efeito conjugado do aumento de 0,5% da receita e de uma redução de 0,6% da despesa", explica o INE em comunicado oficial divulgado esta manhã. Olhando para os últimos doze meses contabilizados, ou seja, o período entre março de 2015 e março de 2016, o défice público foi de 3,8%.
A Execução Orçamental dos primeiros três meses de 2016 já tinha sido revelada pelo Governo, mas os números da Direção-Geral do Orçamento têm e conta a contabilidade nacional, ou seja, não cumprem todos os critérios europeus. Os dados do INE são recolhidos e divulgados segundo as mesmas regras da União Europeia e acabam por dar uma melhor ideia da gestão real das finanças portuguesas.
Apesar de serem ligeiramente mais negativas do que as contas da DGO, as estatísticas do INE são ainda assim positivas na comparação com o ano passado e tendo em conta que a contenção dos gastos vai aumentando com o passar dos meses, um bom primeiro trimestre abre perspetivas de cumprimento da meta de défice assumida perante a Comissão Europeia e o Eurogrupo.
Mantendo a tendência do primeiro trimestre, deverá ser possível acabar o ano com um défice abaixo dos cerca de 3% do PIB conseguidos em 2015, antes de contabilizar o efeito Banif.
[Notícia atualizada às 11h30]
