"Nova euforia de incremento no consumo é contraproducente"

“Dentro de três a cinco anos não vamos ter um único banco português”, acredita Vítor Bento, frisando que o Estado português “não pode continuar a ser um consumidor de recursos”.

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Notícias Ao Minuto
12/01/2016 23:20 ‧ 12/01/2016 por Notícias Ao Minuto

Economia

Vítor Bento

Vítor Bento esteve esta noite com Medina Carreira no programa ‘Olhos nos Olhos’ da TVI24 para falar da escassez de poupança e dependência externa.

Certo de que “não temos poupança suficiente para as necessidades” e que “fomos perdendo posições em empresas importantes”, tornando-nos mesmo “uma espécie de economia colonial”, Medina Carreira deu mote à conversa.

Para Vítor Bento, um dos problemas mais crassos da nossa economia é a “acumulação de défices externos” que se tem vido a registar desde o início da década de 90. “O país gastou mais do que tinha, o que se traduz na perda de poupança nacional”.

Analisando dados recentes, o economista explicou que, do stock de capital produzido no país, “metade não é nosso”. Daí conclui-se que “precisamos de aumentar poupança para ganharmos o nosso próprio controlo”.

“As famílias têm de se habituar a poupar mais, até para se precaver para o futuro dada a situação da Segurança Social”, garantiu Vítor Bento, que considera que “o mesmo se aplica às empresas e ao Estado”. “O Estado não pode continuar a ser um consumidor de recursos, senão as famílias tem de poupar ainda mais”, explicou.

Posto isto, o antigo presidente do Novo Banco acredita que “a nova euforia de incremento no consumo é contraproducente e vai contribuir para o aumento da nossa dependência externa, que faz de nós uma economia subsidiária”.

O economista olha, a título exemplificativo, para a privatização de empresas estatais. Ainda que assumindo que “cada caso individual seja perfeitamente justificável”, não deixa de notar que “o conjunto das empresas mais emblemáticas portuguesas são ou estão em vias de ficar estrangeiras”.

No espaço de comentário de Medina Carreira, o convidado desta semana recordou as suas próprias afirmações que davam conta de que “dentro de três a cinco anos não vamos ter um único banco português”. E hoje reiterou: “Provavelmente será mais cedo do que isso. É a consequência inevitável disto tudo”.

“Ter bancos estrangeiros não tem problema nenhum. Mas eu não conheço nenhuma sociedade desenvolvida em que todo o sistema bancário seja estrangeiro. Isso cria uma vulnerabilidade. Atrás dos bancos virão as empresas”, explicou.

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