Em causa está a decisão da empresa avançar com um pré-concurso de credores, um processo voluntário que dá à multinacional galega quatro anos para tentar renegociar a sua dívida, cujo valor total é desconhecido: a empresa ainda não apresentou as suas contas de 2012.
Depois de estar um dia suspensa de negociação (na sexta-feira), a Pescanova só conseguiu regressar à negociação durante alguns minutos no final da jornada de segunda-feira, registando então uma queda de 60%.
Hoje, o largo volume de ofertas de venda voltou a obrigar a um leilão de volatilidade e, quando finalmente regressaram à negociação, os títulos tinham caído para 4,08 euros, menos 67% que na semana passada.
Desde sexta-feira a capitalização da empresa em bolsa passou de mais de 500 milhões de euros para menos de 200 milhões, com dezenas de milhares de operações a levarem a quedas significativas nos preços dos títulos na segunda-feira que se mantém hoje.
O jornal El Pais dá conta das várias operações em curso em torno aos títulos da Pescanova e destaca uma que ocorreu dias antes do caos da empresa em bolsa.
Um dos principais accionistas da empresa, Alfonso Paz-Andrada - ex-conselheiro delegado e ainda membro do Conselho de Administração - comunicou no dia 18 de Fevereiro que 12 dias antes tinha vendido no mercado 75 mil acções a 16,6 euros cada, reduzindo a sua participação para 3,56%.
A operação, que na altura lhe valeu 1,24 milhões de euros, se tivesse sido feita na segunda-feira teria valido apenas 522 mil euros, ou 58% menos.