Em novembro, antes da tomada de posse do Governo chefiado por António Costa, o governador do Banco de Portugal enviou uma carta à então ministra das Finanças, alertando-a para a necessidade urgente de o Estado intervir no banco do Funchal.
Mas, escreve o Expresso, Maria Luís Albuquerque recusou injetar dinheiro público na instituição privada. Respondendo, também por carta, dois dias depois (19 de novembro) de ter recebido a missiva de Carlos Costa, a ministra garantiu que a posição que assumia era “partilhada por todo o Governo”.
De acordo com o semanário, sem a injeção de capital público no Banif restavam duas hipóteses: a venda a privados sem que o Estado investisse mais dinheiro ou a liquidação gradual do banco.
A primeira chegou a estar em cima da mesa na última sexta-feira, mas acabou por se verificar a sua impossibilidade, pois todas a propostas pela compra do banco incluíam perdas para os contribuintes.
A segunda, que foi aliás uma solução defendida pela Direção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia, levaria ao encerramento gradual do banco que deixaria de aceitar depósitos e de conceder créditos. Todavia, também esta solução era perigosa para os contribuintes, pois a salvo ficavam apenas os depósitos até 100 mil euros.
O Banif acabou por ser vendido aos espanhóis do Santander por 150 milhões de euros, obrigando António Costa a propor um Orçamento Retificativo – que foi ontem aprovado na Assembleia – para acomodar o dinheiro que o Estado irá injetar na venda da instituição oriunda do Funchal.