Setor da construção britânico tem oportunidades para empresas lusas
O setor da construção civil no Reino Unido vive um 'boom' que oferece "grandes oportunidades a empresas estrangeiras", afirmou hoje um representante da agência de comércio e investimento britânica num seminário em Londres para empresas portuguesas.
© Reuters
Economia 'Boom'
"Estamos a observar neste momento um 'boom' da construção que oferece oportunidades, tanto para empresas nacionais como estrangeiras", garantiu Dennis McGlynn, consultor da UK Trade and Investment (UKTI).
Segundo as estimativas apresentadas, o setor da construção terá um crescimento médio anual de 4,4% nos próximos cinco anos e movimentará investimentos no valor de 20,8 mil milhões de libras (30 mil milhões de euros).
McGlynn disse existir um dinamismo grande, tanto no setor residencial como comercial, que inclui a construção de escolas e hospitais, mas uma falta de capacidade nacional para concluir muitos projetos públicos.
Uma das dificuldades identificadas, adiantou, é a falta de mão-de-obra especializada: há menos jovens a formarem-se nesta área e mais de metade dos trabalhadores britânicos existentes têm mais de 40 anos.
"Isto cria grandes oportunidades para empresas estrangeiras", justificou, durante uma intervenção no seminário sobre a indústria da construção britânica, organizado hoje pela Câmara do Comércio Portuguesa no Reino Unido.
A conjuntura levou a Entrega Pura, empresa de construção civil especializada em remodelação e reabilitação com presença já na Noruega e na Bélgica, a renovar o interesse no mercado britânico.
"Há uma grande instabilidade na Europa, por isso em quantos mais mercados estivermos, melhor", referiu o administrador do Group Real Estate Construction Business (GRECB), Jorge Pinto, que viajou à procura de negócios.
No ano passado, o grupo registou um volume de negócios de 2,5 milhões de euros, um decréscimo de 25% face aos 3,3 milhões de euros de 2013, que atribuiu a menos receitas na Bélgica.
A Blocotelha, por seu lado, já tem um pé no Reino Unido, através de um contrato para a construção da estrutura metálica de três centrais de biomassa.
"Vamos constituir uma empresa britânica nos próximos meses e acreditamos que este mercado tem potencial", disse à Lusa João Mota.
O grupo, que atua em países como Itália, Venezuela ou Dinamarca, teve em 2014 um volume de negócios de 120 milhões de euros.
Outra empresa presente no seminário era a Mota-Engil, que quer expandir o negócio de infraestruturas existente na Irlanda para a Escócia e Inglaterra.
"Atualmente gera 48 milhões de euros, mas queremos que cresça para cerca de 100 milhões de euros nos próximos quatro a cinco anos", adiantou à Lusa o presidente executivo da Mota-Engil Europa, Martinho Oliveira.
O presidente da Câmara de Comércio Portuguesa no Reino Unido, Bernardo Ivo Cruz, defendeu que "a experiência de empresas portuguesas no estrangeiro facilita a entrada no mercado britânico".
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