Luís Campos e Cunha vincou, numa entrevista concedida à RTP Informação, que “a dívida portuguesa [entre os 127 e os 128% do PIB] é gerível. É uma questão de nós querermos”.
Para se justificar, o economista comparou o caso português com a situação que a Bélgica atravessou no final do seculo XX: “Chegou a ter uma dívida de 140% do PIB e chegou a pagar 12% do PIB em juros de dívida pública. Nós no ano passado pagámos 5% e fomos o país que pagou mais. Neste momento, a divida pública belga está abaixo dos 100”.
O antigo ministro das Finanças do governo de José Sócrates não se coloca, portanto, ao lado das personalidades portuguesas que defenderam, no Manifesto dos 74, a renegociação da dívida.
“Foi o único momento, ao longo dos quatro anos, em que estive 100% ao lado do Governo. O Governo geriu bem, nem quis sequer discutir o assunto”, explicou, dizendo: “Tenho muita vergonha em não pagar aquilo que devo”.
Em todo o caso, não deixou de assumir que “era evidente que era melhor ter metade da dívida, mas para isso não devíamos ter feito as loucuras que fizemos de 2000 a 2010”.