Em entrevista ao Expresso, o conselheiro de Estado fala sobre o estado atual da economia portuguesa, mas também sobre o cenário macroeconómico apresentado ao PS por uma equipa de economistas liderada por Mário Centeno.
Para Vítor Bento, depois de há quatro anos o país ter vivido na dúvida “se havia dinheiro nos tempos seguintes”, os tempos atuais são diferentes. “A economia foi estabilizada, as finanças também. Mas com muitos problemas para resolver”, ressalva.
Na perspetiva do gestor, é “no desemprego no próprio nível de vida” que o país ainda está aquém. “O grande desafio é o crescimento sustentável” e também as formas de “atrair investimento”, realça ainda ao Expresso.
Relativamente ao cenário macroeconómico apresentado ao PS e que tem marcado o atual debate político, o antigo líder do Novo Banco considera que se trata de um trabalho que “reposiciona o PS nesse terreno de mais credibilidade”.
Vítor Bento considera ainda que há várias ideias do documento que lhe parecem válidas. A principal dúvida, porém, surge relativamente às alterações da Taxa Social Única (TSU) para trabalhadores.
“É a medida que considero mais estranha”, diz, adiantando que, se o objetivo é colocar mais dinheiro no bolso das pessoas, o instrumento mais eficiente é o IRS, “porque não sacrifica a Segurança Social. E porque é no IRS que está o rendimento global das pessoas”, acrescenta.
