"Provavelmente ele [Queiroz Pereira] não sabe, mas tenho uma excelentíssima relação de amizade com as minhas irmãs, e as minhas irmãs nunca puseram processos judiciais contra mim, o que não acontece com o senhor Queiroz Pereira", vincou Salgado.
O antigo líder histórico do BES falava no começo do segundo bloco de perguntas dos deputados da comissão de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES), que, pelas 22:30, levava já mais de sete horas de duração.
Quando esteve na comissão de inquérito, Pedro Queiroz Pereira disse que Ricardo Salgado não lidava "maravilhosamente com a verdade" e fez ainda comentários definidos pelo ex-banqueiro como "caricatos" sobre as suas irmãs, dizendo que estas faziam bolos para vender e que Salgado não se preocupava com elas.
"Isso não é relevante", defendeu Carlos Abreu Amorim (PSD), que questionava o antigo responsável do BES e procurava respostas mais concretas sobre outras áreas, com Salgado a devolver que deveria responder às declarações passadas de Pedro Queiroz Pereira.
O orador de hoje na comissão lembrou ainda que Pedro Queiroz Pereira é filho de uma "grande figura" de Portugal, Manuel Queiroz Pereira, "que muito ajudou o GES na sua reconstrução" em décadas passadas.
A comissão de inquérito teve a primeira audição a 17 de novembro passado e a audição de hoje de Salgado é a primeira repetição nesta comissão.
A última audição prevista para a comissão de inquérito é a da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que prestará novo depoimento perante os deputados na próxima quarta-feira.
Os trabalhos dos parlamentares têm por objetivo "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".