"Fiquei profundamente chocado com o julgamento sumário que governador [do BdP] fez e percebi que estávamos perante um julgamento prévio", declarou Salgado na comissão parlamentar de inquérito à gestão do Banco Espírito Santo (BES) e do Grupo Espírito Santo (GES).
O responsável criticou Carlos Costa, governador do BdP, que, disse, traçou um julgamento prévio sobre si e sobre a atuação no BES aquando da resolução do banco, em agosto de 2014.
O caso "certamente acabará no tribunal", reconheceu Ricardo Salgado.
E acrescentou: "Estou confiante na justiça portuguesa".
A auditoria forense da Deloitte, e da qual foram já reveladas nas últimas semanas algumas partes, aponta para vários erros na liderança de Salgado, nomeadamente gestão ruinosa e vários incumprimentos a decisões do BdP.
A comissão de inquérito teve a primeira audição a 17 de novembro passado e a audição de hoje de Ricardo Salgado é a primeira repetição nesta comissão.
A última audição prevista para a comissão de inquérito é a da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que prestará novo depoimento perante os deputados na próxima quarta-feira.
Os trabalhos dos parlamentares têm por objetivo "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".