Idanha-a-Nova, 11 jan - A Câmara de Idanha-a-Nova mandou fazer um estudo que pode fazer com que o tabaco volte a ser cultivado naquela que já foi a maior zona de produção do país, disse à agência Lusa o presidente do município.
Segundo explicou o autarca Álvaro Rocha há um industrial interessado em construir uma fábrica de processamento de tabaco que contactou agricultores da região no sentido de voltarem a plantar tabaco para lhe fornecer a matéria-prima.
Os produtores pediram o envolvimento do município na análise do investimento, o que levou à realização de um estudo sobe a viabilidade de recuperar a cultura na campina de Idanha-a-Nova.
"Os agricultores estão dispostos a aceitar o desafio", afirmou Álvaro Rocha à Lusa, pelo que o trabalho está em curso e deverá estar concluído no segundo trimestre deste ano.
A ajuda direta à produção de tabaco cessou em 2009 em Portugal e sem este apoio, proveniente exclusivamente de fundos comunitários, a cultura tornou-se incomportável face aos elevados custos com mão-de-obra e energia usada no aquecimento das centrais de cura - onde é feita a secagem da folha de tabaco.
"Nós usávamos centros de cura individuais, mas se houver um centro de cura coletivo, com novas tecnologias e conhecimentos ao nível da energia, o cenário pode tornar-se rentável", acredita Álvaro Rocha.
O autarca refere que, "em Espanha, há agricultores que nunca deixaram de fazer tabaco, mas juntaram-se em cooperativas, baixando os custos de produção e tornando possível a cultura".
O estudo vai avaliar se, procedendo da mesma forma, há condições de viabilidade na campina de Idanha.
Álvaro Rocha acredita que sim, no entanto, prefere esperar pelo final do estudo para tirar conclusões.
"Imagine-se o que é negociar uma tonelada de gás ou quantidades muito maiores para um centro de cura", exemplificou.
Para além de avaliar a possibilidade de instalação de um centro de cura coletivo, o estudo vai também avaliar vários aspetos de mecanização da cultura.
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