"Declaração ostensiva contra os gregos foi errada"
Silva Peneda assume, em maio, o cargo de conselheiro do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
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Economia Silva Peneda
Em entrevista ao Jornal de Notícias, o presidente do Conselho Económico e Social criticou a forma como o Governo português lidou com a questão da Grécia, tendo como foco principal as declarações de Pedro Passos Coelho que disse que as ideias defendidas pelo Syriza – o partido que recentemente venceu as eleições na Grécia – são um “conto de fadas”.
Silva Peneda garantiu que se fosse ele o responsável português nesta matéria teria mostrado que estava do “lado da busca de um compromisso de um consenso com os gregos”.
“E ficava-me por aqui”, assegurou.
Na opinião do social-democrata “foi errado fazer uma declaração ostensiva contra os interesses gregos” até porque, frisou, “isto deixa sequelas e paga-se”.
“Foi uma afirmação gratuita que não trouxe vantagem para o país. Só tinha vantagem em colocar-se, não do lado da Grécia ou do Syriza, mas de uma posição que favorecesse o compromisso entre as duas partes”, apontou.
Nesta senda, Silva Peneda acrescentou ainda que “um pequeno país como Portugal, por muito que nos custe, não é decisivo” e, por isso, “só se afirma se estiver do lado daqueles que buscam aquilo que foi o espírito europeu”.
E este “espírito europeu” ficou demonstrado no acordo que a Grécia e a zona euro alcançou. “A Europa só avançou quando, apesar das divergências, as pessoas conseguiram encontrar posições em que o todo ganha mais do que o somatório das partes”, frisou.
Por fim, o ainda presidente do Conselho Económico Social mostrou-se “muito satisfeito” pelo entendimento que resultou da reunião de sexta-feira entre os 19 ministros das Finanças da zona euro.
“Foi uma oportunidade que a Europa soube aproveitar”, concluiu.
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