"A queda [das ações] a 31 [de julho] estava dentro do que analistas diriam que ia acontecer", disse Bento no parlamento, na comissão de inquérito à gestão do Banco Espírito Santo (BES) e do Grupo Espírito Santo (GES).
Já no dia seguinte, 01 de agosto, dia de queda ainda maior, se a mesma se deveu a "outro facto subjacente" é algo que Vítor Bento disse não fazer "a mínima ideia".
O gestor, que saiu do Novo Banco em setembro, foi ouvido pelos deputados durante cerca de quatro horas e meia.
A comissão de inquérito arrancou a 17 de novembro e tem um prazo de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.
Os trabalhos têm por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".
Será também avaliado, por exemplo, o funcionamento do sistema financeiro e o "processo e as condições de aplicação da medida de resolução do BdP" para o BES e a "eventual utilização, direta ou indireta, imediata ou a prazo, de dinheiros públicos".
A 03 de agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.