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Contexto internacional deixa OCDE mais pessimista sobre Portugal

O secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico disse hoje que uma avaliação menos positiva do contexto internacional levou a previsões de crescimento, défice e dívida menos otimistas do que as do Governo português para 2015.

Contexto internacional deixa OCDE mais pessimista sobre Portugal
Notícias ao Minuto

12:19 - 27/10/14 por Lusa

Economia Angel Gurría

"Eu acredito que a única diferença fundamental que temos com o Governo é a avaliação do contexto externo", respondeu Ángel Gurría aos jornalistas, na conferência de imprensa de apresentação do relatório bianual da Organização para a Coordenação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre a economia portuguesa hoje divulgado.

No 'Economic Survey 2014' de Portugal, a instituição internacional prevê, para o próximo ano, um crescimento económico de 1,3% (abaixo dos 1,5% previstos pelo Governo), um défice de 2,9% e uma dívida de 128,3% do Produto Interno Bruto (PIB), acima do antecipado pelo Governo na proposta de Orçamento do Estado para 2015.

O secretário-geral da OCDE, que apresentou o relatório no Ministério das Finanças, ladeado pela ministra Maria Luís Albuquerque, justificou as previsões abaixo do estimado pelo Governo com a "última informação disponível" relativa às previsões de crescimento económico mundial, que também foram revistas recentemente em baixa.

Na sua intervenção inicial, Ángel Gurría elogiou "os progressos alcançados" por Portugal nos últimos dois anos, afirmando que o país "está a recuperar e [que] as importantes reformas [que foram feitas] estão a dar os seus frutos".

Para o secretário-geral da OCDE, desde o último relatório sobre a economia portuguesa, de 2012, "é grande a diferença", tendo sublinhado, entre outros aspetos, que "há dois anos estava em dúvida não o preço [do financiamento da economia portuguesa] mas o acesso a esse financiamento".

Gurría justificou esta evolução favorável com dois fatores: por um lado, "Portugal beneficiou de uma melhor coordenação politica e de políticas por parte da Europa" e, por outro, "avançou com reformas importantes que tornaram Portugal um dos reformadores por excelência da OCDE no que respeita a regulamentação dos mercados de produto".

O secretário-geral da OCDE referiu que, "embora já haja resultados" das reformas concretizadas, "as suas vantagens vão sentir-se nos próximos anos", acrescentando que a organização estima que "só as reformas já implementadas vão aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) em 3% até 2020".

Apesar de se mostrar satisfeito com a evolução geral da economia portuguesa, Ángel Gurría afirmou que a recuperação económica "continua a ser um trabalho em curso" e que "existem ainda muitos desafios pela frente", defendendo que é preciso "um crescimento mais robusto para gerar mais emprego".

O mexicano disse que, para isso, "melhorias na produtividade e na competitividade serão cruciais", e esclareceu que "não é uma questão de subir ou baixar salários", mas sim uma questão de garantir que "aumenta a produtividade, porque [é isso que] vai permitir aumentar os salários".

Outro aspeto apontado por Gurría é a dificuldade das empresas em acederem a crédito, que "continua a ser escasso e caro por comparação a outras economias europeias", ainda que, segundo disse, este não seja um problema só de Portugal e que exige a ajuda dos outros países da Europa.

O secretário-geral da OCDE referiu-se ainda à necessidade de "fazer mais para proteger a população mais vulnerável nestes tempos difíceis", uma vez que Portugal "tem das distribuições de rendimento mais desiguais da Europa e elevados níveis de pobreza, com crianças e jovens a serem particularmente afetados".

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