Em abril, o défice comercial do Canadá atingiu os 7,1 mil milhões de dólares canadianos (4.540 milhões de euros), mais do triplo do mês anterior, anunciou hoje o Statistiques Canada, que o considerou como "o maior défice comercial alguma vez considerado num mês".
As exportações do Canadá para os Estados Unidos da América recuaram 26,2% desde janeiro, ao passo que para os outros países atingiram "o nível mais alto de sempre", destacando-se as exportações para China, Reino Unido, Argélia e Brasil.
Ainda assim, apesar da diversificação das exportações, não permitiu compensar a queda nos negócios com o seu principal parceiro comercial, regista a agência France-Presse (AFP).
A administração norte-americana anunciou várias tarifas sobre produtos de origem canadiana para os Estados Unidos da América em março, suspendendo-as pouco tempo depois, enquanto aguarda negociações, ao passo que o Canadá retaliou com a aplicação de direitos aduaneiros.
A decisão de Washington visava, em especial, os setores automóvel, aço e alumínio do Canadá com tarifas de entre 25% a 50%, algo que acabou por perturbar o conjunto das exportações canadianas.
"Após a imposição de direitos aduaneiros sobre automóveis estrangeiros pelos Estados Unidos da América no início do mês, os fabricantes canadianos reduziram a sua produção em abril, o que levou a uma forte queda nessas exportações", explica o departamento estatístico.
O excedente comercial do Canadá com os Estados Unidos da América foi, assim, reduzido para 3.600 milhões de dólares canadianos (2.300 milhões de euros).
As exportações de bens de consumo e produtos energéticos também recuaram de forma significativa.
De acordo com a AFP, a descida das exportações dos produtos energéticos é parcialmente atribuída à queda dos preços do petróleo e à diminuição da procura, face à incerteza económica decorrente das políticas protecionistas de Trump.
No total, as exportações caíram 10,8% em abril, enquanto a queda das importações, de 3,5%, foi atenuada pelo aumento nas importações de ouro.
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