"A nossa perspetiva é que vamos ter de facto, uma grande manifestação nacional, em Lisboa e no Porto", afirma o secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses --- Intersindical Nacional (CGTP), em declarações à agência Lusa.
Em Lisboa, a concentração está prevista para as 15:00 no Cais do Sodré, enquanto no Porto está prevista para as 10:00 na Praça da República.
Tiago Oliveira explica que o protesto de trabalhadores é dirigido tanto ao setor público como ao privado e marca o fim de "um mês de mobilização, de reivindicação e de luta com centenas de plenários" sob o mote "Aumentar os salários e as pensões | Defender os serviços públicos e as funções sociais do Estado | Resolver os problemas do País".
"Há um conjunto de pré-avisos de greve" que foram emitidos "para assegurar a participação dos trabalhadores na manifestação", mas há outros setores que avançaram com pré-avisos de greve que se prolongam durante 24 horas "para dar um sinal de descontentamento do próprio setor de atividade", adianta ainda o secretário-geral da CGTP.
Entre os setores que avançaram com pré-avisos de greve estão aqueles que "laboram ao fim de semana", como é o caso do setor do comércio, escritórios, o setor da indústria ou da hotelaria.
Tiago Oliveira defende que as "dificuldades do dia-a-dia [dos trabalhadores] têm por trás decisões políticas".
"Se não conseguimos pagar a casa, se não conseguimos pôr comida na mesa, se queremos um médico e não temos, se temos 34 mil alunos com, pelo menos, um professor que não está... Tudo isto resulta de opções políticas que são tomadas", indica.
E critica nomeadamente o acordo assinado em sede de concertação social entre a UGT, as quatro confederações empresariais e o Governo, em que a CGTP ficou de fora e que prevê que o salário mínimo nacional suba para 870 euros em 2025, bem como o acordo de valorização dos trabalhadores da Administração Pública assinado na quarta-feira entre a Fesap, a Frente Sindical (ambos afetos à UGT) e o Governo e no qual a Frente Comum (afeta à CGTP) ficou de fora.
Este acordo assegura aumentos de, pelo menos, 56,58 euros para vencimentos brutos mensais de até 2.620,23 euros e um mínimo de 2,15% para ordenados superiores para todos os funcionários públicos em 2025.
No caderno reivindicativo, a CGTP exige um aumento salarial de pelo menos 15%, num mínimo de 150 euros para todos os trabalhadores a partir de janeiro do próximo ano, bem como o aumento do salário mínimo nacional dos atuais 820 euros para 1.000 euros.
Em declarações à Lusa, o secretário-geral da CGTP indica ainda que a central sindical vai estar "muito atenta" à discussão na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) e que "mediante aquilo que for a avaliação" a CGTP decidirá "a necessidade ou não de continuar a ação" de luta.
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