"As liberdades de comércio e navegação são fundamentais para o comércio e o crescimento global. Queremos garantir condições de concorrência equitativas para as empresas nos mercados mundiais", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, também responsável pelo Comércio Externo e vice-presidente do Governo na abertura da reunião numa estância em Villa San Giovanni (Calábria, sul).
"Precisamos de condições de concorrência equitativas e de regras comuns para que as nossas empresas possam competir em igualdade de circunstâncias em todos os mercados", defendendo ao mesmo tempo "a negociação e o diálogo", disse Tajani.
A situação no Mar Vermelho, um ponto crucial na cadeia de abastecimento global marcado pelos ataques das milícias Houthi no Iémen e pela guerra em Gaza, bem como no Indo-Pacífico, serão alguns dos temas abordados na reunião de dois dias entre os ministros do Comércio dos EUA, Canadá, Alemanha, França, Reino Unido, Japão e Itália.
"O Governo italiano apoia firmemente o empenho no diálogo e na cooperação com os parceiros mundiais. O encerramento é a negação do comércio mundial. Mais comércio global significa crescimento, paz e segurança", que são as palavras de ordem da presidência italiana do G7, acrescentou.
Tajani insistiu que "o comércio pode tornar-se cada vez mais um instrumento de diálogo global" e que o G7 "pode começar a enviar uma mensagem de paz e diálogo" após o ataque contra o antigo Presidente dos EUA, Donald Trump.
O ministro italiano referiu-se também ao "compromisso" do G7 para "abordar a questão fundamental da sustentabilidade ambiental do comércio".
"Queremos tornar os nossos sistemas económicos mais seguros", abordando novos desafios globais como a inteligência artificial, uma área em que a UE 'está na vanguarda', disse.
E adiantou que "além da declaração final do G7, quis reunir estas prioridades num texto político a que quis chamar a 'Declaração de Calábria', que resume o espírito e a essência do trabalho na reunião e delineia a visão de um comércio internacional cada vez mais aberto, livre e seguro, equitativo, um motor de crescimento, prosperidade e paz, um compromisso para promover o comércio internacional".
Tajani recordou que "em conjunto, os membros do G7 e os países de acolhimento representam 54% do PIB mundial e 34% da população mundial. Mais de metade do PIB mundial e um terço da população mundial. Haverá países parceiros de todos os continentes: Brasil, Coreia do Sul, Vietname, Turquia e Índia. Este G7 de Comércio é uma espécie de estados gerais do comércio mundial".
Hoje, os ministros devem visitar o porto de Gioia Tauro, o primeiro porto italiano para o tráfego de mercadorias, na mesma região da Calábria.
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