Uma análise da DECO PROteste aos supermercados online revela que um terço não cumpre a legislação relativa ao rótulo dos alimentos. Ainda assim, o Celeiro, o Continente e o Auchan são os que melhor cumprem a lei.
"Não tem de sair de casa, não enfrenta filas para pagar e é muito mais rápido. Fazer compras online, em vez de ir presencialmente ao supermercado, tem inúmeras vantagens, mas em muitos casos a informação sobre os produtos não é fornecida ao consumidor, ao contrário do que manda a lei", explica a DECO PROteste.
A conclusão é clara: "Em quase um terço (32%), há dados errados ou parcialmente errados (é o caso dos valores nutricionais), o que pode levar o consumidor a enganos ou erros na compra".
"A investigação também revelou que 31% da amostra não exibe a totalidade da informação obrigatória definida pela lei – marca, denominação, quantidade líquida, preço (por embalagem e por unidade de medida), declaração nutricional, condições de conservação e utilização e nome da empresa que comercializa o produto", conclui a organização de defesa do consumidor.
Quem cumpre melhor a lei?
Entre as lojas analisadas pela DECO PROteste, destacam-se o Celeiro e o Continente, "que, tal como no estudo que a DECO PROteste fez em 2020, continuam a apresentar a totalidade da informação obrigatória nos rótulos". Além disso, "no topo da lista, está também o Auchan, que há três anos conseguia 96% e, agora, cumpre a 100%, com distinção".
"Nas restantes lojas online, também é notória uma melhoria. A exceção é o Intermarché, que, apesar de prestar informação sobre os produtos, não disponibiliza dados sobre o fabricante ou distribuidor, fator que acabou por penalizá-lo na avaliação das menções obrigatórias. A melhoria mais acentuada acabou por verificar-se no Mercadão (Pingo Doce), que, ainda assim, apresenta falhas na rotulagem de 40% dos produtos", pode ainda ler-se.
O que falha?
Tendo em conta os elementos que a lei define como obrigatórios, "apenas a marca, a quantidade líquida, o preço e a denominação figuram entre os produtos analisados, sendo que, dos restantes dados, o que mais falha é o nome ou a firma e o endereço do fornecedor".
"Está ausente em 27% dos produtos. Segue-se a declaração nutricional e os alergénios, os dois com 12%", conclui a organização.