"Em vésperas de apresentar resultados históricos, o BCP propõe aumentos salariais de 2,125% aos trabalhadores. Mais [Sindicato], SBC e SBN ficaram estupefactos -- e obviamente rejeitaram liminarmente a proposta", referem os três sindicatos em comunicado hoje divulgado.
No documento assinado pelas direções do Mais Sindicato, SBN - Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro de Portugal e SBC - Sindicato dos Bancários do Centro, as três organizações acusam a administração do BCP de ser "mais um banco" em que não é reconhecido "o empenho e o esforço dos seus trabalhadores".
Mais Sindicato, SBN e SBC referem que no passado dia 23, sexta-feira, a instituição liderada por Miguel Maya propôs um aumento de 2,125% nas tabelas e cláusulas de expressão pecuniária e um valor diário de 13,50 euros para o subsídio de alimentação.
A proposta, em resposta à revindicação de 6%, foi recebida pelos sindicatos afetos à UGT com "estupefação, que quase chegou à vontade de chorar", remetendo para os resultados relativos a 2023, que são apresentados hoje.
"Mais [Sindicato), SBC e SBN não podiam deixar de repudiar a proposta do BCP, não só em função dos resultados atingidos, mas, e fundamentalmente, porque o banco parece ter esquecido que em tempos extremamente difíceis foram os seus trabalhadores leais e empenhados que 'salvaram o banco', quando em 2014 foi necessário cortar salários para garantir postos de trabalho", acrescentam.
Dizendo que compreendem a necessidade de partilha de lucros pelos acionistas, os três sindicatos defendem que essa partilha "deve ser feita também com os seus trabalhadores".
"A negociação exige boa-fé e uma proposta desta natureza está longe desse princípio", acrescentam, dizendo que esperam que o BCP reveja a sua posição e que "apresente uma proposta justa".
Na sexta-feira, já o Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) tinha anunciado a rejeição da mesma proposta, que considerou insuficiente.
O SNQTB tinha apresentado ao BCP uma proposta de atualização de 5,8% para 2024 e de 4,3% para 2025 na tabela salarial, pensões de reforma e de sobrevivência e demais cláusulas com expressão pecuniária.
Para o sindicato, esta é uma contraproposta "manifestamente insuficiente, que não compensa devidamente os trabalhadores do BCP, no ativo e reformados".
"Convidamos o BCP a repensar e a reformular a sua posição negocial, aproximando-se de uma atualização dos salários e das pensões que se enquadre verdadeiramente no contexto inflacionista que se vive em Portugal, mas que reflita também os seus resultados operacionais", afirmou o presidente do sindicato, Paulo Gonçalves Marcos, citado em comunicado.
Para 2023, sindicatos e bancos alcançaram um acordo de 4,5%, acima dos 2,5% inicialmente propostos pelo setor.
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