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Degradação do setor ferroviário deve-se a medidas que "não saem do papel"
A Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) considerou que a degradação do setor ferroviário se deve à ausência de medidas, que são anunciadas mas "não saem do papel".
© iStock
Economia Fectrans
Em reação ao relatório da Autoridade da Mobilidade e Transportes (AMT) que alerta para a "deterioração da regularidade em todos os serviços" que se agrava desde 2019, publicado na segunda-feira, a Fectrans considerou que a situação "se deve à ausência de medidas concretas, apesar dos muitos anúncios que são feitos, mas que não saem do papel, ou que se arrastam no tempo".
De acordo com o Relatório Sobre Desenvolvimento do Mercado Ferroviário Nacional no Âmbito do Espaço Ferroviário Único da União Europeia 2020-2022, "em termos de pontualidade, entre 2019 e 2022, registou-se um agravamento em praticamente todos os serviços, não obstante uma melhoria temporária nos anos de 2020 e 2021".
Numa nota publicada no seu 'site', na segunda-feira, a Fectrans apontou que, "no setor ferroviário, falta a modernização do material circulante e das infraestruturas, a regra é a derrapagem nos prazos e nos custos das obras de modernização de infraestruturas" e que é um setor "sem capacidade de renovar o seu quadro de efetivos devido à política de baixos salários e onde há falta de vontade política para continuar o processo de reunificação do setor, no seguimento do que foi feito com as oficinas de reparação e manutenção".
A Fectrans defenda que se junte na mesma empresa pública a operação do transporte de pessoas e mercadorias, as infraestruturas e a sua conservação, o controlo de circulação, as oficinas de reparação e manutenção de material circulante e todo o apoio técnicos e administrativo, bem como a engenharia ferroviária.
"Tem que ser um setor com a valorização dos seus trabalhadores e não aquilo que acontece atualmente, em que o salário mínimo nacional é a realidade para cada vez mais trabalhadores", apontou a federação de sindicatos.
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