A secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, saudou esta sexta-feira os trabalhadores da Função Pública que estão em greve, sublinhando o esforço destes em não baixar os braços perante as "injustiças".
"Trabalhadores estão a demonstrar que não baixam os braços perante as injustiças que estão a ser cometidas, perante os baixos salários, esta situação de empobrecer a trabalhar", disse Isabel Camarinha, em declarações aos jornalistas, em Lisboa.
Questionada sobre os setores mais afetados pela greve de hoje, Isabel Camarinha disse que a adesão "muito significativa" é "transversal a todos os setores".
A greve dos trabalhadores da Administração Pública registou no turno da noite uma adesão superior a 90%, tendo afetado a recolha de lixo e os hospitais, onde foram assegurados os serviços mínimos, disse à Lusa fonte sindical.
"O turno da manhã está a iniciar-se agora com os processos de rendição de trabalhadores e ainda vamos ter de avaliar [a adesão]. Ainda assim, durante a noite a greve foi bastante expressiva no setor da saúde e na recolha do lixo. Às 22:00 de quinta-feira já não houve recolha de lixo", disse o coordenador da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública.
Sebastião Santana adiantou, cerca das 8h30, que nos hospitais foram assegurados os serviços mínimos nas urgências e nos blocos operatórios.
O coordenador da Frente Comum indicou ainda ter informação de escolas fechadas, mas ainda sem dados concretos, remetendo informação para mais tarde.
A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública espera "uma grande adesão" à greve nacional que decorre hoje, prevendo "fortes perturbações" em vários serviços públicos, como finanças e segurança social, nos hospitais e nas escolas.
"Prevemos uma grande adesão e perturbações ou encerramento de vários serviços, como é o caso dos serviços de finanças, da segurança social e das lojas do cidadão", indicou o sindicalista.
Sebastião Santana disse que "várias escolas deverão fechar em todo o país" uma vez que sindicatos dos professores e do pessoal não docente anunciaram a adesão ao protesto.
A Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública (da CGTP) anunciou em 09 de outubro a greve nacional de trabalhadores que hoje decorre, considerando que a proposta do Governo de aumentos salariais para 2024 é "miserabilista".
Para o próximo ano está previsto um aumento salarial mínimo de 52 euros ou de 3% para os trabalhadores da administração pública.
A Frente Comum reivindica um aumento dos salários em pelo menos 15%, com um mínimo de 150 euros por trabalhador, para fazer face ao "brutal aumento do custo de vida".
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