"Para mim é muito claro que o Porto tem um papel maior do que tem tido até agora", afirmou o 'chairman' e presidente executivo da TAP, Luís Rodrigues, num almoço promovido pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), em Lisboa.
O responsável disse ter ficado "contente" por ver que o decreto-lei que estabelece as condições para a privatização da TAP faz uma particular referência ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro e ao seu crescimento.
"Não vamos ter novo aeroporto na região de Lisboa nos próximos 10 anos, mesmo que haja uma decisão amanhã. Até 2025 estamos relativamente condicionados pelo plano de reestruturação, [...] mas entre 2025 e os próximos 10 anos a nossa margem de crescimento é o Porto. O Porto está no radar como não esteve até agora", acrescentou.
Luís Rodrigues lembrou que "herdou" a programação de verão definida pela anterior gestão de Christine Ourmières-Widener e, por isso, há trabalho que ainda não conseguiu fazer relativamente ao aeroporto do Porto, mas também à contratação de aviões de terceiros, que considerou excessiva.
"Até ao início do próximo horário, o Inverno IATA [Associação Internacional de Transporte Aéreo], outubro, isso é intocável, mas a partir daí a operação já está definida até 2030", apontou.
Na quinta-feira, o Conselho de Ministros aprovou o decreto-lei que enquadra as condições para a privatização da TAP, incluindo o aprofundamento das ligações ponto a ponto noutros aeroportos nacionais, nomeadamente no Porto.
O Governo pretende ter o caderno de encargos pronto até ao final do ano, ou início do próximo, e o processo de venda concluído ainda no primeiro semestre de 2024.
Os três maiores grupos europeus de aviação -- Lufthansa, Air France-KLM e IAG -- já admitiram concorrer à privatização da companhia aérea portuguesa.
[Notícia atualizada às 16h43]
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