"Na sequência dos últimos acontecimentos, o grupo suspendeu as atividades no Gabão" e está a monitorizar a situação para "proteger a segurança dos funcionários e a integridade das instalações", declarou fonte da Eramet.
O grupo mineiro emprega cerca de oito mil trabalhadores no país, a maioria das quais gaboneses.
Entretanto, o Governo de França disse que está a seguir com "a maior atenção" a situação no Gabão, após a declaração dos militares sobre o "fim do regime".
A primeira-ministra, Elisabeth Borne, dirigindo-se aos embaixadores franceses reunidos em Paris, enumerou as várias crises com que a diplomacia francesa foi confrontada recentemente acrescentando a situação em Libreville.
Na capital do Gabão, Libreville, após o anúncio oficial, durante a última noite, da vitória eleitoral de Ali Bongo Ondim, um grupo de constituído por uma dezena de militares declarou na televisão estatal ter "posto fim ao atual regime".
Depois de constatar "uma governação irresponsável e imprevisível que resulta numa deterioração contínua da coesão social que corre o risco de levar o país ao caos (...) decidiu-se defender a paz, pondo fim ao regime em vigor", declarou o militar que transmitiu o comunicado.
O mesmo militar, disse ainda que falava em nome do designado "Comité de Transição e Restauração Institucional", acrescentando que todas as fronteiras do Gabão estavam "encerradas até nova ordem".
O Gabão faz fronteira com a República do Congo, Guiné Equatorial e com os Camarões.
De acordo com jornalistas da AFP, durante a transmissão televisiva ouviram-se tiros de metralhadoras na cidade de Libreville.
Horas antes, a meio da noite, às 03h30 (mesma hora em Lisboa), o Centro Eleitoral do Gabão (CGE, na sigla em francês) tinha divulgado na televisão estatal, sem qualquer anúncio prévio, os resultados oficiais das eleições presidenciais.
A comissão eleitoral disse que o Presidente Ali Bongo Ondimba, no poder há 14 anos, tinha conquistado um terceiro mandato nas eleições de sábado com 64,27% dos votos expressos, derrotando o principal rival, Albert Ondo Ossa, que obteve 30,77% dos votos.
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