Novas tabelas do IRS "prejudicam famílias com dependentes deficientes"

DECO Proteste dá como exemplo uma mãe solteira com um filho deficiente, que vai passar a receber menos 63 euros com as novas tabelas. A organização de defesa do consumidor sublinha, contudo, que "não se trata de ficar a ganhar menos em termos absolutos, mas de adiantar mais dinheiro ao Estado", cujo acerto é feito depois na declaração do IRS.

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Notícias ao Minuto
23/05/2023 09:37 ‧ 23/05/2023 por Notícias ao Minuto

Economia

Deco Proteste

Os cálculos da DECO Proteste revelam que as novas tabelas de retenção da fonte do IRS prejudicam as famílias que têm dependentes deficientes, o que significa que vão receber menos salário no final do mês. O Notícias ao Minuto já tentou obter mais esclarecimentos junto da tutela, mas até ao momento não foi possível obter uma resposta. 

"Aplicadas as novas tabelas de retenção na fonte, a ideia é sobrar mais salário no bolso. Pensada para aliviar uma conjuntura marcada pelo aumento do custo de vida, a medida tem alguns méritos", começa por explica a DECO Proteste. 

Contudo, há "exceções" a esta tendência de alívio: "Simulando o novo salário líquido a partir da calculadora concebida pela DECO Proteste para ajudar nestes cálculos pouco intuitivos, alguns consumidores têm-se queixado de que vão passar a receber menos. É o caso dos que integram agregados familiares com dependentes deficientes".

A organização dá como exemplo uma mãe solteira com um filho deficiente, com um salário bruto de 1.700 euros e que tem recebido 1.403 euros líquidos mensais neste primeiro semestre de 2023. "Ao serem aplicadas as novas tabelas, ser-lhe-ão entregues apenas 1.340 euros por mês, ou seja, menos 63 euros", conclui. 

De acordo com a DECO Proteste, o "problema está na parcela a abater": "Pelo dependente, esta mãe abate 34,29 euros, a que se somam 84,82 euros por se tratar de um portador de deficiência. Ora, para o cálculo resultar num valor mensal mais elevado do que o salário líquido do primeiro semestre e, assim, haver justiça fiscal, a última parcela deveria ser superior".

A organização de defesa do consumidor sublinha, contudo, que "não se trata de ficar a ganhar menos em termos absolutos, mas de adiantar mais dinheiro ao Estado, que depois terá de considerá-lo na liquidação do IRS de 2023, a apresentar em 2024".

E conclui: "Se às famílias em geral faz falta um alívio no orçamento, as que integram dependentes portadores de deficiência, por maioria de razão, necessitarão deste balão de oxigénio ainda mais, e não devem ser discriminadas face às restantes".

Leia Também: Reembolso do IRS atrasado? Este pode ser o motivo (Fisco diz o que fazer)

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