Meteorologia

  • 04 MAIO 2024
Tempo
13º
MIN 13º MÁX 20º

Habitação? Novas medidas chegarão ao parlamento "nos próximos dias"

As medidas do novo programa Mais Habitação darão entrada no parlamento "nos próximos dias", disse hoje a ministra da tutela, questionada pelo PSD a propósito de as propostas ainda não terem sido submetidas aos deputados.

Habitação? Novas medidas chegarão ao parlamento "nos próximos dias"
Notícias ao Minuto

11:55 - 05/04/23 por Lusa

Economia Ministra da Habitação

Em audição na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, a ministra da Habitação, Marina Gonçalves, fez uma apresentação do Programa Nacional de Habitação, constantemente acompanhada por burburinho, sobretudo dos deputados do PSD.

Na primeira ronda de perguntas, o maior partido da oposição apresentou um "protesto veemente" ao Governo por não ter enviado, antes da audição de hoje, a primeira regimental da ministra, as medidas do programa Mais Habitação que têm de ser submetidas à Assembleia da República.

"Chega aqui sem ter as propostas no parlamento? O que estamos aqui a fazer? No parlamento só existe um pacote sobre habitação, o do PSD", recordou o deputado social-democrata Paulo Rios de Oliveira, perguntando quando chegariam as medidas.

Marina Gonçalves não respondeu à primeira e o deputado voltou a perguntar. A ministra respondeu então: "Vão entrar nos próximos dias, o programa só foi aprovado na quinta-feira [dia 30 de março]".

"Estamos a antecipar a discussão das nossas propostas, que vão entrar nos próximos dias", realçou, prometendo considerar "todas as opiniões".

O PSD acusou a ministra de falar como uma "cassete" e de recorrer a "'powerpoints' e fotografias da Remax [nome de uma imobiliária]".

Para o maior partido da oposição, o facto de o programa Mais Habitação ainda não ter dado entrada no parlamento causa "um efeito devastador na confiança dos investidores, dos inquilinos e dos senhorios".

Em reação, Marina Gonçalves acusou o PSD de fazer "debate demagógico" sobre o tema da habitação, nomeadamente limitando a discussão ao arrendamento coercivo de habitações devolutas.

A ministra recordou que, hoje, o IMI (Imposto Municipal sobre os Imóveis) agravado é um instrumento que já existe para mobilizar o património devoluto e muitos municípios já podem e já compram e expropriam para reabilitar as casas.

"Não diabolizamos ninguém", frisou, realçando a necessidade de mobilizar todos os atores do setor.

Sobre a apresentação que trouxe aos deputados, Marina Gonçalves disse que "não são anúncios", mas sim "obra que está no terreno", e acentuou na "mobilização do património do Estado para atribuir às famílias".

A deputada socialista Maria Begonha elogiou o "equilíbrio" do novo pacote de medidas e acusou o PSD de ficar "do lado dos proprietários".

Enquanto falava, o presidente da comissão parlamentar, Afonso Oliveira (PSD), teve de pedir silêncio várias vezes e chegou mesmo a apelar à "urbanidade" e reconhecer que a audição estava a decorrer com "algum aquecimento".

Pelo Chega, o deputado Filipe Melo destacou o impacto das novas medidas na confiança do mercado e recordou que o Estado continua sem conhecer o seu património e "continua sem saber" quantos imóveis devolutos pode colocar no mercado de arrendamento.

"Antes de fazerem um ataque cerrado ao património individual, porque é que o Governo não olha primeiro para o património devoluto que tem?", questionou.

"Eu devo falar chinês", reagiu a ministra, notando que "uma coisa é ter visões diferentes" sobre habitação, "outra coisa é dizer que nada se faz" e convidou os deputados para "um périplo pelo país".

Carlos Guimarães Pinto, deputado da IL, criticou a política do Governo por se focar no alojamento local e por afetar a estabilidade de todo o setor.

A ministra recusa estar a atribuir culpas a um só setor -- seja o alojamento local ou os vistos 'gold' --, mas responsabiliza, pelo estado atual, "a confluência de todos".

O deputado do PCP Bruno Dias - que disse e repetiu a frase "faltam casas que as pessoas possam pagar" -- questionou a ministra sobre quando estarão prontas as nove mil casas do parque público a custos acessíveis promovidas pelo Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), que, assinalou, "tem uma crónica falta de meios".

"Temos as obras todas calendarizadas para estarem prontas entre 2026 e 2030", assegurou Marina Gonçalves, precisando que 2.800 serão concluídas até 2026 e admitindo que serão necessárias medidas adicionais para reforçar o parque habitacional público.

Mariana Mortágua, deputada do BE, considerou que as medidas do Mais Habitação "não resolvem nada", sublinhando que não há nada que esteja a ser feito para dar uma resposta às pessoas agora.

"As pessoas precisam de resposta agora e o Governo não está a responder", disse a deputada bloquista.

Marina Gonçalves recordou que o programa Mais Habitação integra "medidas excecionais e temporárias", que decorrem do momento de crise atual, mas é também "um conjunto de respostas estruturais".

O parque público, sublinhou, é uma prioridade, é a resposta estrutural, mas isso "demora tempo", apontado, por isso, a necessidade de o Mais Habitação recorrer a um conjunto de instrumentos de natureza conjuntural para reforçar a resposta.

Sobre a polémica em torno da medida do arrendamento forçado, a ministra não quis "perder muito tempo" e voltou a lembrar que esse instrumento já está hoje na lei e que já existe para mobilizar património devoluto.

Porém, referiu que não é por existir e estar disponível que se vê "o património a ser mobilizado apenas através deste instrumento".

"Pode ser usado", mas "temos muitos outros instrumentos", assinalou, referindo a necessidade de não se reduzir o Mais habitação a apenas um instrumento.

[Notícia atualizada às 13h41]

Leia Também: Ministro da Saúde espera contratar 200 médicos recém-especliastas

Recomendados para si

;

Receba as melhores dicas de gestão de dinheiro, poupança e investimentos!

Tudo sobre os grandes negócios, finanças e economia.

Obrigado por ter ativado as notificações de Economia ao Minuto.

É um serviço gratuito, que pode sempre desativar.

Notícias ao Minuto Saber mais sobre notificações do browser

Campo obrigatório