Dados dos balanços financeiros de todos os bancos a operar no país, consultados pela Lusa, mostram que o Banco Nacional Ultramarino (BNU), filial da portuguesa Caixa Geral de Depósitos (CGD), registou um aumento de 12,8% na carteira de empréstimos em 2022, com os depósitos de clientes a caírem 31,7%.
Em termos homólogos, entre final de 2021 e final de 2022, a quota de mercado do BNU no que toca a depósitos caiu de 25,7% para 16,4%, enquanto a quota de empréstimos caiu de 8,1% para 7%.
No que toca a empréstimos, todos os bancos do sistema registaram aumentos na sua carteira, com todo o sistema a ter créditos no valor total de 361,6 milhões de dólares (338 milhões de euros) no final do ano passado, mais 24,8% do que no final de 2021.
A carteira total de depósitos do sistema cresceu, por seu lado, 15,8% para 1,72 mil milhões de dólares (1,61 mil milhões de euros).
O BNCT registou o maior crescimento em volume de créditos, mais 36,5%, com a sua carteira a representar atualmente 63,9% de todo o volume do sistema, seguido do BNU (mais 12,8%) e do indonésio BRI (onde os créditos cresceram 3,2%).
No que toca à carteira de depósitos, todos os bancos do sistema - à exceção do BNU - viram aumentar o volume depositado, com o BNCTL a registar um aumento de 38,3%, os indonésios BRI e Mandiri a registarem crescimentos de 20,7% e de 14,2%, respetivamente, e o australiano ANZ a ver a sua carteira crescer 13,7%.
O BNU -- que caiu em 2021 de primeiro para terceiro banco -- registou um recuo de quase um terço (-31,7%) nos depósitos -- com a sua quota de mercado a cair significativamente, quase 10 pontos percentuais, para 16,4%.
Os dados foram calculados a partir dos balanços das cinco entidades financeiras a operar atualmente no país: o timorense BNCTL, o português BNU, os indonésios Mandiri e BRI e o australiano ANZ.
Quanto às provisões para risco de crédito -- num mercado em que no passado a banca, especialmente o BNU, já tiveram que absorver valores significativos de crédito malparado -- as provisões de toda a banca eram de cerca de 1,5, abaixo dos 2,3% registados no final de 2021.
De todos os bancos, o BNU registava a taxa mais elevada (4,11%), seguindo-se o BNCTL (1,72%), o ANZ (0,56%) e o BRI (0,47%), com o Mandiri a não registar qualquer provisão no final do ano.
A demonstração de resultados indica que os cinco bancos que operam em Timor-Leste registaram lucros total de 29 milhões de dólares (27,1 milhões de euros), mais 48,6% que em 2021.
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