Em declarações à Lusa depois de a Sogrape Vinhos ter sido distinguida, na última semana, na 20.ª edição do 'Concours Mondial de Bruxelles' (concurso mundial de Bruxelas), por ser a produtora mais medalhada ao longo da história deste concurso internacional, António Oliveira Bessa ressalvou, no entanto, que ainda "é muito cedo" para avançar com expectativas em relação às vendas da empresa este ano.
"O nosso negócio está muito influenciado pelo verão, com os vinhos verdes, e no Natal, pelos vinhos do Porto", explicou o presidente executivo, adiantando que no primeiro trimestre as vendas ficaram estáveis, "com um ligeiro crescimento que não chega a 1%".
No entanto, "o objetivo [para este ano] é conseguirmos aumentar as vendas, não queremos pensar em cenários que não sejam de crescimento", sublinhou.
"Gostaríamos de crescer pelo menos 5%" este ano, depois de no ano passado a Sogrape Vinhos ter registado uma faturação de 138 milhões de euros.
O mercado português representa 27% das vendas da empresa e os restantes 73% resultam da comercialização no mercado externo.
Os cinco principais mercados da Sogrape Vinhos são Portugal, Bélgica, França, Estados Unidos e Reino Unido, os quais têm um peso de 62% nas vendas totais da empresa.
Já o mercado asiático representa "à volta de 5%" para a Sogrape Vinhos e é uma das áreas geográficas onde a empresa procura crescer.
Quanto à China, António Oliveira Bessa considerou um "mercado interessante" e sublinhou que o grupo Sogrape está a criar distribuição própria no mercado asiático, à semelhança do que acontece em Inglaterra e nos Estados Unidos.
Relativamente ao consumo de vinhos em Portugal, o presidente executivo considera que nos "últimos tempos" o mercado português não tem sido fácil.
"Apesar de tudo, temos conseguido manter as nossas vendas estáveis, com um pequeno crescimento", realçou.
Questionado sobre o eventual impacto da saída da 'troika', o gestor afirmou: "Acho que mais do que a saída da 'troika', o que vai ser relevante é saber se temos condições para aumentar o rendimento disponível das pessoas e, quando isso acontecer, espero que haja uma retoma do mercado".
Sobre se o aumento da taxa normal do IVA, de 23% para 23,25%, terá impacto no consumo, António Oliveira Bessa considerou que sim, mas lembrou que tudo depende "de que forma isso pode ser compensado pelo rendimento disponível" das pessoas.
Em relação ao prémio atribuído à Sogrape Vinhos, o presidente executivo considerou ser uma "distinção que honra a empresa, os colaboradores e o país enquanto produtor de vinhos de qualidade".
Esta "é uma prova da consistência de qualidade" dos vinhos da Sogrape Vinhos, disse.