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Trabalhadores da Accenture em greve querem "sentar-se à mesa" com empresa
Os trabalhadores da consultora Accenture estiveram hoje em greve, reivindicando aumentos e exigindo "sentar-se à mesa" com a empresa, disse à Lusa Dinis Lourenço, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP).
© Getty Images
Economia Accenture
"A greve de hoje, que foi a primeira greve dos trabalhadores da Accenture, teve uma forte adesão", garantiu, ressalvando que não consegue "adiantar números" exatos, mas destacando que se estendeu a várias localizações.
"Os trabalhadores apresentaram um caderno reivindicativo à empresa, nomeadamente o aumento dos salários em 90 euros para todos os trabalhadores, o fim da discriminação dos bónus e também dos próprios salários, que existe através de critérios muito opacos de avaliações", bem como "a melhoria de condições no local de trabalho, nomeadamente questões como o transporte que não é assegurado aos trabalhadores tendo em conta os horários tardios".
Segundo o dirigente do CESP, os trabalhadores querem ainda "uma franca melhoria e apoio diferente e mais forte às questões da saúde mental, que é um problema grave neste setor e uma valorização das carreiras que terá de ser iniciada com uma discussão com a empresa".
"O que a empresa tem feito é negar-se a discutir estas reivindicações", assegurou, acusando a Accenture de tentar "isolar" o delegado sindical da empresa.
Além disso, "a própria empresa diz que não está disponível para discutir cadernos reivindicativos", tendo sido "por isso que os trabalhadores fizeram esta greve", que foi decidida em plenários "já depois de esgotadas discussões no Ministério do Trabalho em que a empresa mantém a sua posição", disse o dirigente sindical.
Dinis Lourenço alertou para a necessidade do "aumento dos salários, tendo em conta o aumento do custo de vida" e para os perigos de "ritmos intensos de trabalho", denunciando a estratégia da empresa de, "em vez de melhorar as condições de todos, pagar bónus muito altos a trabalhadores acabados de recrutar, que depois saem porque os ritmos de trabalho são muito intensos".
Questionado sobre a possibilidade de mais greves no futuro, o dirigente sindical disse que "nada ficou de fora da mesa, o que os trabalhadores colocaram foi a necessidade urgente de se sentarem à mesa com a empresa, de uma forma justa".
O CESP estima que a Accenture conte com cerca de 2.000 trabalhadores, mas não consegue dar números exatos.
Leia Também: Tripulantes da TAP não vão realizar nova greve até 27 de dezembro
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